Instituição de ensino:

Universidade de São Paulo (USP)

Programa:

Sociologia

Autor:

Antonio de Padua Nascimento Garcia

Titulação:

Doutorado

Ano de defesa:

2004

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Resumo:

 A globalização e o cosmopolitismo enfrentam novos desafios, com seu avanço sobre o Estado Latino-Americano e suas peculiaridades. Novas normas, novos direitos, o desaparecimento de conceitos, perda de identidade cultural, colocam em cheque o Federalismo até então fora de discussão. O Brasil se transformou em um país altamente descentralizado como resultado da democratização e da promulgação da Constituição de 1988. Os resultados da descentralização na esfera federal são bastante visíveis: o governo federal tem enfrentado problemas fiscais e financeiros e dificuldades em formar e sustentar coalizões que permitam aos Presidentes governarem e implementarem políticas públicas, especialmente aquelas voltadas para o controle fiscal. O surgimento de blocos, como o Mercosul, obrigam a repensar as noções de Estado, de participação cívica, de fronteiras, mesmo porque elas tendem fisicamente a desaparecer. Isso obriga a encontrar uma nova dimensão, onde o indivíduo encontre a realização de seus desejos de liberdade, desde onde morar até aquilo que se tornou a última fronteira da liberdade diante do Estado: o consumismo. Com o Mercosul, volta-se a lembrança que, mais do que um elemento de contato, a fronteira meridional do Brasil constituiu-se, ao longo da história, numa área de constante fricção com os vizinhos platinos. Estas interações entre lusos e espanhóis e, posteriormente, entre sul-brasileiros e hispano-americanos estabeleceram-se a partir de uma emaranhada rede de inter-relações e, neste trabalho, serão abordados três microcosmos deste universo, voltados à questão do contrabando, a uma tentativa de integração econômica e a um convênio de cunho político entabulados na virada do século XIX para o século XX. O fenômeno urbano latino-americano, apesar de apresentar características próprias, sofre com intensidade os efeitos avassaladores da globalização, aumentando o mundo da exclusão social. Nesse contexto, emerge a racionalização do processo religioso, com centenas de seitas reivindicando a experiência direta com o divino e dando prioridade ao individual sobre o coletivo. Por fim, em contraposição à globalização, o retorno à cidade-Estado. Foi escolhido com tema de reflexão a perda da identidade, a insegurança, a necessidade de encontrar novos lugares onde o viver depende do enclausuramento, separando os que podem, daqueles que nada tem senão o Estado..Ver-se-á, no decorrer do trabalho, que é uma tendência mundial essa segregação. E que seus efeitos já chegaram ao Brasil. A escolha para análise foram os primeiros enclaves, surgidos na região da grande S. Paulo. Em notas extensas, lançadas em rodapé, ver-se-á a agudização do problema e sua extensão aos Países vizinhos. O sistema urbano da região metropolitana de São Paulo tem sido submetido a um processo de transformações estruturais tão profundo, que dá a impresssão de uma ruptura com os limites tradicionais de expansão urbana. Cabe assinalar Cabe salientar que a reconfiguração urbana a partir de 1980 passou a se efetuar a través de verdadeiros enclaves, isolados e cercados, orientados de e para dentro, separados do espaço público por medidas de segurança e controle. Como expressão dessas mudanças, os Condomínios habitacionais fechados, iniciados na grande S. Paulo, em Alphaville, Santana do Parnaiba e Osasco, prosperando em municipios vizinhos, ,já ocupam um espaço de mais de 500 quilômetros quadrados, equivalentes a quase duas vezes a superficie da parte central metropolitana, da Capital do Estado. Nesse trabalho se procura, também, analisar o estilo de vida nos novos enclaves urbanos comparando-os a situações iguais em outras partes do mundo, lembrando que esses projetos imobiliários são os maiores que a cidade já teve, e que quando terminados, serão equivalentes a uma cidade privada com mais de 200.000 habitantes, e todo o leque de serviços e equipamentos necessários.

Orientador:

Fernando Augusto Albuquerque Mourão

Palavras-chave:

Globalização; Crise do estado-nação; Mercosul; Cosmopolitismo; Cidade