Instituição de ensino:

Universidade de São Paulo (USP)

Programa:

Ciência Política

Autor:

Gunther Rudzit

Titulação:

Doutorado

Ano de defesa:

2003

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Resumo:

 O presente trabalho visa discutir a segurança de um país. As duas principais correntes de pensamento em Relações Internacionais, o Realismo e o Idealismo/Construtivismo, apresentam dois enfoques distintos para esse tema. No Realismo, tendo como autor central o Estado, a segurança de um país somente é alcançada se este tiver por meios próprios poder suficiente que garantam a sua segurança. Assim, o modo de se analisar a segurança de um país tendo como base este princípio, faz-se necessário o estudo da sua política de defesa, e de que modo esta é elaborada. Para tanto, apresenta-se um modelo o qual deveria ser seguido para se chegar a uma política de defesa para qualquer país. Já para o Idealismo/Construtivismo, a segurança de um país só é alcançada quando o sistema internacional estiver em paz, tendo assim, uma lógica inversa do Realismo. Conseguir uma análise de todo o sistema internacional para se obter as relações em segurança de todos os países já se mostrou impossível, fazendo com que alguns autores enfatizem a necessidade de uma análise regional. Este modelo já apresentado por Barry Buzan destaca a América do Sul como um dos vários sistemas existentes no mundo, o qual pode ser destacado pela lógica de compra de equipamentos militares pelos países que a formam. Na esfera política, a Comissão de Segurança Hemisférica da Organização dos Estaos Americanos, mais uma vez pode-se depreender tal sistema, pois os asuntos lá discutidos por estes governos aponta para uma preocupação comum em segurança clássicos, ou seja, relacionados a tópicos militares. O contexto e segurança brasileiro contemporâneo de defesa insere-se nesta discussão, pois os processos de integração politicos e econômicos na América do Sul, têm levado a criação de uma comunidade de segurança, fazendo com que os atuais modelos de defesa de cada país baseados no uso unilateral da força não seja mais compatíveis. Portanto, a busca da segurança cooperativa, na qual a institucionalização de um fórum específico para o debate e a busca de interesses em comum para todos os governos do continente seria o caminho mais adequado para o encaminhamento da questão de defesa regional, pois não existe a situação propícia para a busca de uma segurança coletiva regional, ou a manutenção do atual esquema hemisférico. Segurança é um fenômeno relacional pois, para haver segurança, ou se diminui a vulnerabilidade existente, ou se busca eliminar a fonte de ameaça. Assim sendo, a implementação da segurança cooperativa se encaixa perfeitamente dentro da lógica realista, pois com a cooperação no campo de defesa, estar-se-ia eliminando a origem das atuais percepções de ameaça nas estruturas militares dos países sul-americanos.

Orientador:

Braz José de Araújo

Palavras-chave:

Segurança nacional; Segurança cooperativa; Brasil