Instituição de ensino:

Universidade de São Paulo (USP)

Programa:

Ciência Política

Autor:

Ricardo Ubiraci Sennes

Titulação:

Doutorado

Ano de defesa:

2001

Link:

 Não disponível

Resumo:

 Esta tese objetiva contribuir para o estudo e para a teorização sobre como os Países Intermediários (PI) definem suas políticas frente aos Regimes Internacionais. O trabalho se baseia numa perspectiva comparativa trans-regional de 3 Países Intermediários - Brasil, México e India - no Conselho de Segurança da ONU e na rodada Uruguai do GATT, no período de 1980 a 1995. A suposição é que a condição de País Intermediário oferece a esses países um rol de opções estratégicas, ou de possibilidades e de impedimentos, que geram um cálculo político diferenciado tanto em relação às Grandes Potências como às Pequenas Potências. A questão de análise, portanto, é como os PI utilizam suas condições políticas epecíficas para maximinizar suas capacidades de barganha e como eles compõem seus interesses e objetivos frente aos Regimes Internacionais. Algumas conclusões foram possíveis. O presente trabalho não corrobora a hipótese de que os PI tenham comportamentos similares em condições internacionais similares. A condição de PI proporciona um "menu" específico de opções estratégicas, mas nào implica em posturas específicas. Dentro desse "menu", os PI escolhem suas estratégias de atuação nos fóruns internaconais com base em algumas variáveis: suas percepções sobre a dinâmica política de cada Regime Internacional (grau de politização, coincidência de agendas, grau de assimetria política), sua capacidade competitiva específica no tema em questão, e suas circunstâncias geopolíticas e econômicas. O comportamento do Brasi, México e Índia foram bastante mais diversificados no CS do que no GATT. Os graus de politização e efetividade desses regimes mostraram-se variáveis importantes na definição de suas posturas. Uma menor politização e maior efetividade de um regime tendeu a criar incentivos para uma particiapação cooperativa ou apoiadora dos PI. Portanto, nesse caso os regimes geraram incentivos positivos para a açào dos PI e seus posicionamentos frente a eles tenderam a ser mais coincidentes. Distintamente, regimes com maior politização e menor efetividade tenderam a tornar o cálculo dos PI frente a eles menos centrado na própria arena multilateral e favoreceu a inclusão no cálculo político desses países de variáveis não diretamente vinculadas à dinâmicas especifica desses regimes. Nesses casos, observou-se uma grande discrepância no posicionamento dos PI frente a esses regimes, explicados, em grande medida, pela influência dessas variáveis extre-regime. O primeiro caso é claramente o que ocorreu no GATT e o segundo o que ocorreu no CS.

Orientador:

José Augusto Guilhon Albuquerque

Palavras-chave:

Brasil; México; Índia; Gatt; Conselho de Segurança da ONU; Países intermediários