Instituição de ensino: |
Universidade de Brasília (UnB) |
Programa: |
Estudos Comparados sobre as Américas (Ceppac) |
Autor: |
Wilson Nerys Fernández |
Titulação: |
Doutorado |
Ano de defesa: |
2000 |
Link: |
Não disponível |
Resumo: |
A Tese trata das relações políticas e econômicas mantidas entre o Mercosul e os Estados Unidos da América no período compreendido entre 1988 e 1998, em um contexto internacional onde as tendências de globalização e regionalização ocorrem de maneira simultânea. O estudo tem como ponto de partida o ano de 1988, uma vez que é a partir deste momento que Argentina e Brasil, os dois sócios maiores do Mercosul, decidem integrar suas economias. Os processos de globalização e de regionalização estão determinando transformações drásticas em aspectos constituintes da economia, da política e da sociedade mundial e que afetam profundamente tanto os países industrializados quanto os subdesenvolvidos. Esse duplo processo é estudado a partir da situação que vivem os países do Cone Sul, que se associaram no Mercosul, e das relações que estes mantêm com a potência mais globalizada e globalizadora do mundo atual, os Estados Unidos da América. Com o fim da Guerra Fria, as relações internacionais se orientaram cada vez mais para o comércio entre as nações e os problemas que daí surgem. Atento a este novo contexto, um dos principais aspectos de nosso trabalho é o estudo das relações comerciais existentes entre o Mercosul e os Estados Unidos, sem contudo deixar de lado os aspectos políticos e sociais que determinam estas relações. Neste trabalho foi estudado a origem do atual sistema internacional, com enfoque especial nas instituições multilaterais de caráter econômico e comercial, na conformação dos blocos geo-econômicos e na situação concreta das Américas, onde por um lado se destacam dois países altamente desenvolvidos -um dos quais é a maior potência mundial- e do outro um conjunto de nações subdesenvolvidas, que têm se caracterizado historicamente por sua “balcanização” e desconhecimentos mútuos. No trabalho foi analisado as relações entre a superpotência norte-americana e o bloco sub-regional sul-americano, análise esta que é realizado em três planos distintos e interligados: as relações bilaterais, as relações intra-Mercosul e as relações entre o bloco subregional e os Estados Unidos. Foi feita a revisão dos antecedentes que levam os Estados Unidos a buscar novas associacões comerciais com os países latinos-americanos, em especial com os do Cone Sul e das razões políticas, econômicas e sociais que deram origem ao Mercosul. Devido a importância do tema, foi criado um capítulo especial sobre a Área do Livre Comércio das Américas (ALCA), destacando o crescente peso de algums atores da sociedade civil na evolução recente desta. Entre as conclusões a que se chegou, cabe destacar que a transformação mais importante ocorrida entre os países do Cone Sul e os Estados Unidos é a própria criação do Mercosul, que ampliou a margem de negociação dos países integrantes do bloco econômico, diminuindo sua fragilidade individual e transformando-o em um pólo de liderança regional frente aos intentos norte-americanos de estabelecer uma espécie de “globalização regionalizada” no Hemisfério. Se, se estabelece a ALCA, nos prazos e condições que querem os Estados Unidos, este país seria o principal beneficiado, o que acarretaria sérias conseqüências para os objetivos de desenvolvimento econômico e de justiça social que procuram os países do Mercosul. A chave para a manutenção do bloco subregional e para alcançar seus interesses regionais e nacionais está no fortalecimento interno e externo do Mercosul, na eliminação das desavenenças entre os sócios e na adoção de medidas que tendem a promover oportunidades iguais a todos os seus membros |
Orientador: |
Yves Chaloult |
Palavras-chave: |
Mercosul; EUA |