Instituição de ensino: |
Universidade de São Paulo (USP) |
Programa: |
Ciência Política |
Autor: |
João Paulo Cândia Veiga |
Titulação: |
Doutorado |
Ano de defesa: |
1999 |
Link: |
Não disponível |
Resumo: |
O comportamento dos governos na negociação internacional é um objeto central de análise de todas as teorias de relações internacionais. A partir dos anos 80, um novo paradigma procura explorar a forma e as condições em que a política doméstica influi sobre a política internacional. Trata-se da metáfora do jogo de dois níveis proposta por Putnam em 1988 e, desde então, cada vez mais empregada na abordagem dos mais diferentes tipos de acordos internacionais. O presente trabalho aplica o jogo de dois níveis sobre a negociação dos acordos automotivos do Mercosul, realizada entre o Brasil e a Argentina. A principal conclusão do trabalho é a de que os acordos da indústria automobilística foram alcançados em resposta às demandas domésticas de cada país. No caso do Brasil, o governo soube utilizar a negociação com seus interlocutores domésticos para atrair o investimento estrangeiro e, ao mesmo tempo, evitar um contencioso com os países desenvolvidos no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). Contudo, há duas insuficiências que o jogo de dois níveis, aplicado ao caso da indústria automobilística no Mercosul, não esclarece a contento. A primeira diz respeito ao problema da cooperação. A integração do setor automotivo no Mercosul, promovida pelos governos, é insuficiente para explicar por quê os países cooperam. Ao mesmo tempo, a metáfora de Putnam não explicita o papel das empresas multinacionais no processo de negociação. Nesses dois casos, o trabalho procura avançar a discussão da metáfora de Putnam à luz das teorias da integração regional e das formas como as empresas organizam a produção de bens e serviços em um mercado regional. |
Orientador: |
Maria D'Alva Gil Kinzo |
Palavras-chave: |
Políticas domésticas; Integração regional; Mercosul; Indústria automobilística |