Instituição de ensino: |
Universidade de Brasília (UnB) |
Programa: |
Estudos Comparados sobre as Américas (Ceppac) |
Autor: |
Mariana Cunha Pereira |
Titulação: |
Doutorado |
Ano de defesa: |
2005 |
Link: |
Não disponível |
Resumo: |
O conhecimento prévio de que existia na fronteira Brasil-Guiana, em especial na região das cidades de Bonfim (Br) e Lethem (Gy), uma rica diversidade sociocultural oriunda da convivência entre negros-guianenses, brasileiros não-indígenas e indígenas das etnias Macuxi e Wapixana me levou a elaborar uma proposta de pesquisa para efeito de estudos do doutorado em Antropologia das Ámericas na perspectiva comparativa. Assim, por meio de um estudo exploratório daquela realidade fronteiriça me propus a estudar a etnicidade e a nacionalidade dos moradores da fronteira Brasil-Guiana, com o objetivo de interpretar a partir de suas representações individuais e coletivas o que emerge, de fato, da relação de contato. A pesquisa documental, na Internet, e conversas informais sobre aquela região de fronteira me levaram a conhecer a história da construção da ponte internacional sobre o rio Tacutu. A pesquisa exploratória, empreendida em 2003, me proporcionou conhecer in locus que os acordos internacionais de construção da ponte não tinham saído do papel, assim não existia de fato a ponte sobre o rio Tacutu. A observação participante empreendida desde aquele primeiro contato, bem como, a segunda fase da pesquisa de campo, realizada em 2004, mostrou-me que o cotidiano daquela região de fronteira expressava um trânsito de pessoas e mercadorias organizado em função de seus interesses e necessidades. Aquela observação traduzia para mim a existência de uma ponte imaginária, criei esta metáfora para dar conta da interpretação daquele modo de viver na fronteira. Ao mesmo tempo em que percebi ser a travessia do rio Tacutu a realidade que para eles se traduz na busca de serviços públicos e de realização do comércio na fronteira. A investigação de campo, me permitiu perceber o jogo identitário que os grupos étnicos constroem em situações do cotidiano bem como o modo de vida em cada Estado-nação. Com estes elementos empíricos e subsidiada pelas discussões e leituras empreendidas sistematizei uma interpretação daquela situação de contato dando ênfase aos processos em que emergem a etinicidade e a nacionalidade; a situação em que o trânsito transfronteiriço cria a noção de fronteira cultural e por fim as ações que impulsionam a travessia por intermédio de redes sociais. |
Orientador: |
Roberto Cardoso de Oliveira |
Palavras-chave: |
Fronteiras; Brasil; Guiana |