Instituição de ensino:

UNESP-Franca

Programa:

Relações Internacionais

Autor:

Gabriel Terra Pereira

Titulação:

Doutor

Ano de defesa:

2013

Link:

https://acervodigital.unesp.br/handle/11449/110591

Resumo:

No contexto de republicanização das instituições e dos agentes políticos do Brasil no final do século XIX e início do século XX, a diplomacia brasileira, capitaneada pelas reformas empreendidas na gestão de Rio Branco, intensificou o processo de americanização, representada pela aproximação progressiva aos países do continente, notadamente os Estados Unidos. Hélio Lobo (1883-1960), cooptado pelo chanceler na esteira de renovação dos quadros do Itamaraty, foi um expoente dessa política de americanização ao trabalhar pelo entendimento político e jurídico dos Estados americanos em diversas ocasiões, como as Conferências Americanas (1910 e 1923) e nos consulados de Nova Iorque (1920-1926) e Montevidéu (1926-1930). Paralelamente, o diplomata se destacou ao elaborar obras de caráter histórico, focando-se na diplomacia brasileira e na origem do monroísmo/pan-americanismo ao longo do século XIX. A dedicação a essa carreira e os elogios a Rio Branco como o “salvador” e “representante da idade de ouro” da diplomacia brasileira, possibilitou-lhe o reconhecimento necessário para ingressar no IHGB e na ABL, redutos tradicionais da intelectualidade brasileira e de onde pode publicar novos estudos focados na defesa do Brasil. Entende-se que Hélio Lobo foi um agente profundamente comprometido com a diplomacia das oligarquias, característica da Primeira República, ao passo que o estabelecimento do Governo Provisório em 1930 legitimou sua “saída” do corpo diplomático. À época, Hélio Lobo negou-se a comprar e enviar munição para o governo no Rio de Janeiro, que a utilizaria contra os paulistas-constitucionalistas no conflito de 1932. As tentativas de regresso ao Itamaraty não foram bem sucedidas até 1960, quando faleceu. Ao fim, observam-se na trajetória do diplomata-historiador alguns pontos relevantes que permitem delinear sua visão de mundo, a saber: a referência constante ao Direito como elemento legitimador da negociação diplomática - postura vista nas obras sobre a história diplomática brasileira e na prática profissional - e o apego constante ao pan-americanismo - iniciado por Rio Branco - em busca de novas definições ao longo das décadas de 1910, 1920 e 1930. O recorte cronológico da pesquisa parte do ingresso de Hélio Lobo na carreira diplomática (1908) e finda com a publicação de O pan-americanismo e o Brasil (1939), a obra mais representativa do autor por conter a análise histórica sobre o tema que coincidiu com sua trajetória. Para o cumprimento da pesquisa foram analisados relatórios ministeriais, correspondência pessoal e diplomática de Hélio Lobo, bem como suas obras produzidas no período em questão e bibliografia selecionada.

Orientador:

Teresa Maria Malatian

Palavras-chave: