Instituição de ensino:

Universidade Federal Fluminense (UFF)

Programa:

Economia

Autor:

Yasmin Salazar Mendez

Titulação:

Doutor

Ano de defesa:

2015

Link:

Não disponível 

Resumo:

Esta tese é uma coleção de quatro ensaios que tratam sobre as preferências por redistribuição com ênfase na América Latina e no Brasil. O primeiro capítulo é teórico, introdutório e apresenta uma visão geral das preferencias por redistribuição. Parte-se com uma breve revisão das diferentes abordagens teóricas que explicam o tamanho dos governos e depois se apresenta o modelo básico da demanda por redistribuição à medida que se analisam suas vantagens e limitações; esta última parte é complementada com a exposição de diferentes fatores que no nível individual e agregado poderiam influenciar nas preferências por redistribuição. Incluem-se ademais alguns aspectos metodológicos que estão relacionados com os trabalhos de demanda por redistribuição e se finaliza com um olhar geral do estudo das preferências por redistribuição na América Latina e no Brasil, identificando possíveis temas a serem estudados e bases de dados disponíveis. O segundo capítulo analisa o efeito da mobilidade econômica subjetiva na aversão à desigualdade e na demanda por redistribuição dos brasileiros usando-se uma base de dados única, representativa do país, que foi coletada em 2012. Os resultados sugerem que, em contradição com previsões teóricas e com evidências de países desenvolvidos, mesmo pessoas que aspiram ascender socialmente no futuro incomodam-se com a desigualdade e seriam favoráveis a políticas redistributivas. Brasileiros que perceberam uma piora na sua situação econômica também se mostram favoráveis à redistribuição, resultado mais convencional. Ambos os conjuntos de resultados são confirmados por estimações feitas em subamostras definidas por renda familiar. Levantam-se hipóteses para se tentar explicar os resultados inesperados. O terceiro capítulo aborda a relação entre religião e atitudes redistributivas em quatro cidades brasileiras usando a base de dados ECosociAL (2007) da Corporação de Estudos para Latino América (CIEPLAN). Verificou-se que a intensidade da vida religiosa parece influenciar negativamente quando o tema é o apoio às políticas redistributivas. Da mesma forma, os mais religiosos aparecem como os menos favoráveis ao aumento de impostos destinados para gasto social. Considerando a filiação religiosa, o estudo evidenciou que os católicos seriam menos favoráveis do que os protestantes à implementação de políticas focalizadas. Por último no capítulo 4 se analisa a influência da desigualdade nas preferências por redistribuição de 18 países latino-americanos. Para isto se combinam dados de três fontes distintas para se estimar um modelo multinível com dados empilhados e um pseudopainel. Os resultados revelam que a probabilidade de apoio a políticas redistributivas aumenta em países/momentos com desigualdade mais elevada, e também indicam que os pobres estariam demandando sociedades mais igualitárias.

Orientador:

FABIO DOMINGUES WALTENBERG

Palavras-chave:

aversão à desigualdade; preferências por redistribuição; expectativas de mobilidade futura