Instituição de ensino: |
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) |
Programa: |
Economia Política Internacional |
Autor: |
Luciano Wexell Severo |
Titulação: |
Doutor |
Ano de defesa: |
2015 |
Link: |
Não disponível |
Resumo: |
Esta Tese partiu da ideia da consolidação e da prevalência de um Sistema Internacional hierárquico, expansivo e em permanente mudança desde o século XV. A hierarquia está associada à presença de um centro, de uma semiperiferia e de uma periferia. A expansão do sistema é intrínseca à sua existência, que surge, cresce e se alimenta da incessante compulsão das unidades nacionais por acumular poder e riqueza. As transformações dentro do sistema dependem de variáveis como as capacidades materiais e simbólicas das unidades nacionais semi-periféricas para contestar o centro, assim como das possibilidades de movimento relativo. Nos estertores do século XX e na primeira década do século XXI, avança a condição de multipolaridade, ainda que perdure a posição dos Estados Unidos como centro e potência hegemônica. Os movimentos turbulentos do Sistema Internacional abriram novas oportunidades para que os países periféricos se organizem conjuntamente na busca por maiores possibilidades de desenvolvimento de suas forças produtivas e por melhores projeções no cenário mundial. A nova conjuntura revela, ainda, que a América do Sul desponta como um possível polo de poder e que o Brasil cumpre uma importante função neste processo. Os anos 2000 começaram, na região, com a sutil volta de políticas de desenvolvimento econômico, a maior busca por autonomia no cenário internacional e a intensificação da integração. No entanto, depois de 2010, alcançados alguns inegáveis avanços, observam-se quatro importantes tendências que podem comprometer o ritmo do processo: a redução dos preços internacionais dos produtos primários; a ascensão da China como uma das maiores parceiras da região; a ofensiva estadunidense para assinar Tratados de Livre Comércio (TLC) e entusiasmar a Aliança do Pacífico; e a diminuição do ímpeto integracionista depois da saída de cena dos três principais líderes políticos promotores do processo. Nesta conjuntura, o grande estímulo para a realização da pesquisa foi a busca de interpretações sobre o papel que o Brasil vem exercendo, e pode vir a exercer, como articulador da integração. Para tanto, realizamos um resgate da relevância dada pela política externa brasileira para a América do Sul, desde a Proclamação da República até os dias atuais, revisitando o pedregoso caminho de criação do Sul-Americanismo. Vimos, ainda, a histórica e permanente disputa entre campos políticos e ideológicos opostos, que empurram e freiam a busca pelo binômio Desenvolvimento-Autonomia. O trabalho está centrado exatamente na discussão dos grandes obstáculos do Brasil para dinamizar o projeto de integração, sustentado no reconhecimento e na desconstrução das assimetrias. Por fim, buscando contribuir para desmistificar algumas justas preocupações associadas a um suposto expansionismo brasileiro, analisamos detalhadamente o comércio intra-regional, o IDE brasileiro na América do Sul e o papel do BNDES. |
Orientador: |
INGRID PIERA ANDERSEN SARTI |
Palavras-chave: |
América do Sul; Brasil; Integração econômica |