Instituição de ensino: |
Universidade de São Paulo (USP) |
Programa: |
Ciência Política |
Autor: |
Cláudio de Farias Augusto |
Titulação: |
Doutorado |
Ano de defesa: |
2003 |
Link: |
Não disponível |
Resumo: |
O Estado Moderno - talvez a principal invenção de nossa era - tal como concebido no seio das sociedades européias ocidentais a partir do século XVI/XVII, introduziu no horizonte da paisagem política do Ocidente, dentre outras, duas literalmente antigas, novidades, a ação política revolucionária, que, por vezes, transforma-se em Revolução, e a obsessiva (re) definição de Democracia, juntamente com a tentativa não menos obsessiva de seu exercício. A Revolução dos Cravos, uma rebelião militar ocorrida em Portugal em 1974, determinou profunda mudança na vida deste país a partir de radical transformação do quadro político-institucional. O período compreendido entre 25 de abril de 74, data da tomada do poder, e 25 de novembro de 75, quando ocorre outro importante episódio militar, será em nosso entender, o definidor da via política escolhida pela sociedade portuguesa para atender às diversas demandas sociais, econômicas e políticas, fortemente reprimidas pelo regime salazarista derrubado. Pensamos que esta experiência portuguesa permite as vicissitudes da institucionalização de processos revolucionários frente à possibilidade de estabelecimento de um regime democrático pluripartidário, uma vez que criou um conselho para governar o país, conforme observa Hannah Arendt, nos moldes da tradição revolucionária européia, durante o período denominado por ela de liberdador, e, também, incorporou imediatamente à vida política os partidos políticos, que na concepção Webweriana cumprem papel fundamental na legitimação das democracias ocidentais. Por isso, analisar o processo político português ao longo desses dezenove meses, com ênfase na relação entre os militares, representados pelo Movimentos das Forças Armadas - MFA, incontestes detentores do poder político, exercido por meio da Assembléia do MFA e do Conselho da Revolução, e as lideranças civis, organizadas em partidos políticos, é o objetivo a que se propõe este trabalho. |
Orientador: |
Célia Nunes Galvão Quirino dos Santos |
Palavras-chave: |
Portugal; Transição democrática |