Instituição de ensino:

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Programa:

Ciência da Informação

Autor:

Juliana do Couto Bemfica

Titulação:

Doutorado

Ano de defesa:

2002

Link:

 

http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/EARM-74CS22/doutorado___juliana_do_couto_bemfica.pdf?sequence=1

Resumo:

 Discute a origem e a disseminação, ao longo da década de 1990, de iniciativas voltadas para a constituição da sociedade da informação global, enfocando, especificamente, proposições apresentadas pelos Estados Unidos e pela União Européia. Apresenta, como hipótese, que tais iniciativas são integrantes de um processo voltado para a internacionalização da economia e para a generalização das relações de consumo a âmbitos anteriormente não mercantis. Essas iniciativas são consideradas como uma modalidade de política de comunicação e informação que, tendo suas diretrizes estabelecidas em instâncias internacionais, objetiva garantir a instalação de uma plataforma tecnológica capaz de viabilizar uma economia livre dos óbices das fronteiras territoriais. Plataforma essa, necessária para atender aos setores econômicos hegemônicos. A perspectiva adotada inscreve os programas de sociedade da informação como parte da ideologia neoliberal e do pensamento único, orientadas para promover - tecnologicamente - o aprofundamento dos processos de internacionalização da economia e de generalização do consumo, sob a hegemonia dos Estados Unidos. O referencial teórico adotado, além de levar em conta as perspectivas que abordam as tecnologias de informação e comunicação no seu relacionamento com a mudança social, inclui a questão da globalização e da sociedade de consumidores, em conexão com a ideologia neoliberal e com o advento dos regimes de governança internacionais. Destaca a presença, nos documentos, de um discurso ideológico vinculado às idéias da sociedade da informação, formuladas na década de 1970, e ao pensamento único, forjado na década de 1980. Os aspectos enfocados são: a primazia dos princípios de mercado, a centralidade da dimensão internacional e a privatização do espaço público. Esta é observada a partir das atribuições do setor governamental decorrentes do novo papel do Estado. Discorre, também, sobre as mudanças que levaram a autopista de informação de fins da década de

1980 a transformar-se na tecnologia internet. Conclui fornecendo evidências que confirmam a hipótese de que as iniciativas de sociedade da informação destinam-se ao aprofundamento do processo de mercadorização da sociedade, à constituição dos consumidores e à sedimentação de um quadro de internacionalização assimetricamente interdependente.

Orientador:

Ana Maria Pereira Cardoso

Palavras-chave:

Sociedade da informação; Infra-estrtura de informação; Sociedade mercadorizada; Regime internacional de comunicação e informação; Estado neoliberal