Instituição de ensino:

Universidade de Brasília (UnB)

Programa:

Relações Internacionais

Autor:

Fábio Albergaria de Queiroz

Titulação:

Doutorado

Ano de defesa:

2011

Link:

http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/8017/1/2011_FabioAlbergariaQueiroz.pdf

Resumo:

Em várias regiões do mundo os múltiplos usos de águas compartilhadas apresentam-se como um  componente  importante no  jogo  de  poder regional.  Esta  situação  explica porque a  gestão de  recursos  hídricos encontra-se vinculada à preocupações  de  ordem estratégica ou  outras  questões  de alta política em  muitos destes casos.  Mas,  em  que intensidade? Em busca de respostas para essa questão, o presente estudo analisa o caso da  América  do  Sul,  uma  região  que ostenta  em  seus  domínios dois  dos  sistemas hidrográficos mais  relevantes do planeta:  as Bacias Platina e  Amazônica. A  fim  de verificar as implicações dos usos destes recursos comunais para a segurança regional, a tese  emprega a  estrutura  teórica  desenvolvida  pela  chamada  Escola  de  Copenhague usando,  para  tal,  conceitos  como  securitização,  atores securitizadores ,  objetos  de  referência e Complexos  Regionais de  Segurança  (CRS).  Usa-se,  também,  a idéia dos Complexos Hidropolíticos, originalmente desenvolvida por  Michael  Schulz  como  uma forma  distinta  de CRS  aplicável em  áreas  onde  as  questões  relacionadas aos  recursos hídricos destacam-se como  uma  característica  proeminente  nas  relações  internacionais dos  atores  que  a  integram. Ao  aplicareste  quadro teórico, a  pesquisa apresenta,  como resultado,  o  papel  das  idéias  compartilhadas como guia  para  a  agência  de  importantes atores  em relação  às  dinâmicas  hidropolíticas. Essa  metodologia  também  permitiu verificar  a  disposição  das  unidadese  subunidades  de  análise, os  padrões  de  amizade  e inimizade  entre  os  Estados  ribeirinhos  e  as  medidas  de  emergência  tomadas  por  esses atores  para  lidar  com  os  problemas identificados. Como  resultado,  as inferências observadas demonstraram  a  existência de  um  Complexo  Hidropolítico na  Bacia  do Prata, um arranjo estrutural que prevaleceu até 1979 quando então, imediatamente após a resolução do problema Corpus-Itaipu, houve a linear e progressiva dessecuritização da agenda   hidropolítica   do   Cone   Sul.   Quanto à   Bacia   Amazônica,   as   inferências demonstraram  a  existência  de  um proto-complexo  hidropolítico uma  vez que  foram identificadas relações deinterdependência hidrológica, mas não fortes o suficiente para se pensar nesta região como um Complexo Hidropolítico plenamente constituído.

Orientador:

Jorge Thierry Calasans

Palavras-chave:

Hidropolítyica; Segurança internacional; Bacia platina; Bacia amazônica