Instituição de ensino: |
Universidade de São Paulo (USP) |
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Programa: |
Geografia Humana |
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Autor: |
Matheus Hoffmann Pfrimer |
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Titulação: |
Doutorado |
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Ano de defesa: |
2010 |
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Link: |
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Resumo: |
A geopolítica vem apresentando várias contribuições ao estudo da relação entre recursos naturais e conflito. Entre esses recursos, a água é um dos que mais vem sendo apontado como suscetível de desencadear conflitos. Na visão geopolítica, a relação entre tensões e recursos hídricos é estruturada a partir da multicausalidade, e, portanto, há inúmeros fatores de diferentes escalas geográficas que se coadunam com a gestão dos recursos hídricos engendrando conflitos. Nesse contexto, a Guerra da Água, em Cochabamba, Bolívia, constitui um evento bastante estudado pela comunidade acadêmica, sendo retratado como a vitória da sociedade civil local sobre a empresa multinacional Aguas del Tunari, responsável pelo abastecimento de água naquela cidade boliviana. Entretanto, outros fatores nas escalas nacional, sulamericana e global influenciaram a deflagração das tensões, tendo seus efeitos repercutido em escalas mais amplas que apenas a local. No presente estudo, visamos avaliar a atuação das diferentes territorialidades na área metropolitana de Cochabamba, bem como os fatores estruturantes e estruturados desse conflito nos âmbitos nacional, sul-americano e global. Esta pesquisa consistiu em um estudo de caso de características analítica, descritiva e qualitativa. A pesquisa analítica se desenvolveu a partir de três dimensões: 1) a caracterização do objeto de pesquisa; 2) a dimensão espacial; 3) a dimensão temporal. O processo descritivo baseou-se em entrevistas com os líderes dos movimentos sociais atuantes durante a Guerra da Água, além de abranger estudos avaliativos de documentos, dados estatísticos e bibliográficos. Já o caráter qualitativo desenvolveu-se por meio da coleta de dados e observação longa e extensiva in loco. Concluímos que a caracterização da Guerra da Água apenas como um conflito relacionado aos recursos hídricos é incompleta e reducionista, já que diferentes tensões de várias escalas se materializam na região. |
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Orientador: |
Mônica Leite Lessa |
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Palavras-chave: |
Bolívia; Cochabamba; Geopolítica; Guerra da água; Segurança ambiental |