Instituição de ensino:

Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Programa:

História

Autor:

Fernando Roberto de Freitas Almeida

Titulação:

Doutorado

Ano de defesa:

2009

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Resumo:

 Brasil e Argentina são os maiores países da América do Sul e possuidores das duas maiores populações e economias do subcontinente. Como herdeiros de antigos impérios coloniais europeus, que se confrontaram principalmente nas Américas, tiveram suas histórias moldadas por alguns determinantes comuns, ambos submetidos a uma ordem internacional a respeito da qual, na maior parte do tempo, comportaram-se de modo meramente reativo. Seu relacionamento bilateral caracterizou-se pela pequena ocorrência de conflitos, registrados tão-somente em momentos de desequilíbrio de poder entre ambos, visto que disputas geopolíticas foram inevitáveis, levando à busca de alianças informais com terceiros países, de fora do continente. No período que sucedeu a II Guerra Mundial, economicamente evoluíram diferentemente, com o Brasil tornando-se um dos mais bem sucedidos e estudados casos de crescimento em todo o mundo, enquanto a Arg entina, ao contrário, entrou em um período em que não deixou de perder posições. Os trinta anos seguintes ao final daquele conflito mundial foram considerados “anos gloriosos” do capitalismo e durante o período, formulou-se na América Latina uma escola própria de pensamento econÃ?mico, o Estruturalismo, que ajudou a promover a industrialização, mas não conseguiu resolver os problemas sociais do continente. Encerrado este período, o quarto de século seguinte caracterizou-se pela adoção de orientações liberais, que levaram a novos avanços em algumas áreas, mas a retrocesso em indicadores sociais. Tal período, na Argentina, marcou-se, no início, pela implantação de um projeto militar de reconstrução nacional, de base liberal e, no final, em 2001, por uma crise extremamente grave. No Brasil, marcou-se pelo início do fim de um projeto de construção de um poder de potência mundial, também sob a égide dos militares e, ao chegar ao fim do século, pelo esgotamento de um modelo com forte influência liberal, mas que não provocou as perdas verificadas no vizinho. Ao final,os dois países estavam comprometidos em um processo de integração que havia sido projetado de forma abrangente, mas reduzido a uma forma mais pragmática, quando ambos aprofundaram suas orientações liberais. Embora o desequilíbrio entre ambos nunca fosse tão grande, dado o desempenho acumulado da economia brasileira, fatores de coesão prevaleceram sobre os de afastamento, significando que forças profundas de ambos tinham sido mobilizadas de modo favorável ao entendimento. Para a análise deste processo, foi aplicado o método da Economia Política Internacional, identificando e analisando os agentes políticos, econÃ?micos e sociais envolvidos, com uma abordagem teórica baseada no Construtivismo.

Orientador:

Miriam Gomes Saraiva

Palavras-chave:

Eixo Brasil-Argentina; integração regional; Mercosul