Instituição de ensino:

Universidade de São Paulo (USP)

Programa:

Relações Internacionais

Autor:

Andreas Frank Werner

Titulação:

Doutorado

Ano de defesa:

2015

Link:

 http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/101/101131/tde-13102015-155516/publico/Andreas_Frank_Werner.pdf

Resumo:

 No século 21, a escassez hídrica devido a causas como poluição, crescente demanda e má administração tem se tornado um fenômeno cada vez mais preocupante. Os recursos de água doce possuem um papel importante nos debates mais amplos sobre o meio ambiente, figuram frequentemente nas reportagens da mídia, são endossados nas cúpulas globais - tais como a recente "Rio+20" em 2012 no Brasil - e são o foco de campanhas de ONGs no mundo inteiro. Apesar de um crescimento evidente na intensidade e no escopo dessas questões nas últimas décadas, elas não são novas, mas sim integram um processo histórico. Esta tese de doutorado analisa a emergência e evolução do tema da água doce na agenda internacional a partir do início dos anos 1970, quando tiveram lugar as primeiras conferências e convenções relacionadas com essa questão. Com o intuito de explicar esta gênese e evolução, o tema da água doce está situado dentro da agenda ambiental mais ampla e se conecta com a literatura de relações internacionais sobre agenda-setting e regimes internacionais. Subsequentemente, os dados empíricos das convenções e conferências de água são analisados por meio dessas lentes teóricas, o que mostra que a temática hídrica é de fato um tópico guarda-chuva, que pode ser subdivido ainda em temas menores com relação à água. O tratamento desses subtemas tem levado a convenções em dois casos (zonas úmidas e cursos d'água internacionais), que são percebidos como regimes próprios, quando outros têm ficado limitados até agora a conferências internacionais e meros eventos (saneamento, acesso à água potável etc.). Em vez de ver estes como regimes e conferências individuais e isolados, como tem sido feito na literatura contemporânea, argumentar-se-á que eles de fato representam subregimes e partes de um complexo de regime de água doce mais amplo. Além disso, argumentar-se-á que as origens desse complexo de regime não se devem a objetivos conscientes de certos países com o fim de construir uma sobreposição institucional para subsequentemente explorar oportunidades de fórum-shopping; mas bem os desdobramentos nessa área resultaram nessa sobreposição por razões funcionais, de forma não intencional.

Orientador:

Maria Herminia Brandao Tavares de Almeida

Palavras-chave:

Agenda setting; Água doce; Água potável; Complexo de regime