Instituição de ensino:

Universidade de Brasília (UnB) / Universidade Federal de Roraima (UFRR) / Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO-Brasil)

Programa:

Doutorado Interinstitucional em Relações Internacionais e Desenvolvimento Regional (DINTER)

Autor:

Haroldo Eurico Amoras dos Santos

Titulação:

Doutorado

Ano de defesa:

2012

Link:

 http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/11632/1/2012_HaroldoEuricoAmorasdosSantos.pdf

Resumo:

 A integração da Amazônia brasileira e da Amazônia guayanense ou, mais especificamente, dos territórios que constituem a Região Norte do Brasil e o Sul da Venezuela representa um dos mais sérios desafios a ser enfrentado pelo projeto de integração da América do Sul e da União das Nações Sul-Americanas (UNASUL), que inclui o MERCOSUL. Afinal, diz respeito à integração dos territórios banhados pelas bacias do Amazonas e do Orenoco, incluindo o Corredor Amazonas-Roraima-Bolívar/Orenoco. Os recortes temáticos mostram que as instituições em vigor são inadequadas; que as relações econômicas são débeis e que a geografia ou o aspecto territorial-espacial importa sim, pois fronteiras terrestres e distâncias ocupam papéis importantes na integração regional. As dimensões abordadas sob os prismas de historiadores e pesquisadores brasileiros, principalmente, destacam: no prisma internacional como as relações entre o nacional e potências dos períodos colonial, imperial e republicano foram formatadas, resultando nas estruturas tipo Centro-Periferia e na fragmentação sul-americana; no regional, são as relações entre o nacional e os demais países sul-americanos, tendo por eixo as relações entre Brasil e Venezuela, onde se destacam as heranças coloniais na formatação dos Estados; no nacional aborda-se o esforço de integração do território nacional, a luta pela construção de identidades nacionais e consolidação das economias locais sob a influência determinante dos respectivos estados nacionais, com base em “Federações” em que as propostas de integrá-las tem progredido de forma assistemática. O exame desses fenômenos tem por âncoras o conhecimento histórico, ciente, todavia, de que o ato de reunir fatos não faz uma teoria; a geopolítica, pois territorializar é ato de transformação de realidades espaciais, sociais e econômicas, sendo assim é ato de poder; e aqui diz respeito ao poder estatal e ao exercício de sua soberania; seja como poder máximo no seu território nacional; seja como poder relativo ou relativizado e compartilhado com outros atores não estatais ou mesmo estatais. Ancora-se nas teorias de relações internacionais, onde as interações entre Estados se apresentam como um processo de cooperação ou de dominação, de competição ou de conflito, em que estão em jogo interesses políticos (de poder stricto sensu) e/ou de mercados (poder econômico). A Amazônia como ente político-econômico nasceu internacionalizada por espanhóis e portugueses, e aprendeu a fazer comércio de especiarias, de indígenas, de borracha, de minérios e madeiras e a operar enclave industrial moderno de eletroeletrônicos. Mas são relações de comércio que sempre foram internacionais, com a Europa, os Estados Unidos e, mais recentemente, com os asiáticos. O comércio regional vem crescendo, mas a integração de cadeias produtivas ainda é bastante incipiente, pois o viés da autarquização econômica ainda é muito presente no cotidiano dos Estados nacionais e da própria sociedade. Por isso, na América do Sul, este jogo está apenas começando; e, em relação à Venezuela, há muito que se caminhar, principalmente, no que diz respeito à integração do referido Corredor Amazonas-Roraima-Bolívar/Orenoco.

Orientador:

Eiiti Sato

Palavras-chave:

Comércio internacional; Relações Brasil-Venezuela; Amazônia - integração regional