Instituição de ensino:

Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Programa:

Ciências Sociais

Autor:

Selma Baptista

Titulação:

Doutorado

Ano de defesa:

1997

Link:

 

http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/zeus/auth.php?back=http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000177718&go=x&code=x&unit=x

Resumo:

 Esta tese é uma incursão no pensamento social peruano, delimitado pelo conjunto das críticas culturais mais expressivas do meio intelectual / acadêmico, buscando nestas representações as formas pelas quais a questão da identidade nacional veio sendo pensada, através da insistente retomada de algumas questões fundamentais, refletindo, ao mesmo tempo, sobre o papel da Metodologia desenvolvida neste contexto e neste processo. Neste sentido, faz, também, uma etnografia do pensamento antropológico "periférico". Para tanto, operacionaliza alguns recortes, tanto em termos do material bibliográfico, como em relação a alguns períodos mais expressivos para esta "leitura" do caso peruano: a Conquista e a Colonização, em relação ao aparecimento de uma "matriz andina" de pensamento, fruto da interpretação daqueles que viveram o drama da perda dos referenciais culturais, da exploração e da alienação dentro do seu próprio país; a virada do século, os ideais de modernização / industrialização, a proximidade das idéias revolucionárias e a transformação daquela "matriz andina" em "utopia andina" e, finalmente, sua retomada na contemporaneidade, diante da crescente "informalidade" desta economia dentro do processo de globalização. Desta maneira, e dentro das possibilidades de uma "estatística da Antropologia", tratou-se de investigar em que medida a problemática peruana constitui-se num "estilo" de pensamento antropológico "periférico" e de que maneira a existência deste "estilo" estaria indicando uma concepção de cultura específica e/ou particular, como forma de compreender o significado histórico do encompassamento de uma região periférica pelo movimento da modernidade. Como se procurou demonstrar, há uma profunda relação entre a formulação da existência de uma "matriz andina" de pensamento e sua subsequente e polêmica percepção como "utopia andina", bem como com a re-colocação do seu significado histórico ao longo do tempo, ou seja, uma relação que aponta para uma "tragicidade" inerente à própria concepção da cultura peruana enquanto "locus" de uma contradição irresoluta: aquela que constitui um país, mas não uma nação plenamente democrática.

Orientador:

Guilhermo Raul Ruben

Palavras-chave:

Peru; Pensamento social; Identidade nacional