Instituição de ensino:

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Programa:

Relações Internacionais

Autor:

Jana Tabak

Titulação:

Doutorado

Ano de defesa:

2014

Link:

http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/1012219_2014_completo.pdf

Resumo:

 Como nossas ideias habituais acerca da infância participam do processo de estabelecimento e manutenção da ordem na política internacional? O objetivo central desta tese é analisar e problematizar a construção moderna dos limites da infância “normal” e como estes produzem um modelo (supostamente universal) de desenvolvimento que visa a formação de cidadãos maduros. Especificamente, este trabalho investiga como este modelo, aqui chamado “criança mundial”, contém a promessa de um futuro de progresso para relações internacionais. Assim, esta análise se inicia a partir daquele que é articulado enquanto desvio ou ameaça a esta infância normal, isto é, as experiências, ou mera existência, das criançassoldado. Ao longo de quatro capítulos, busca-se discutir, baseado na perspectiva dos estudos da infância: (i) como práticas internacionais autorizam e normalizam tanto o que a criança deve ser quanto a sua trajetória até se tornar um cidadão moderno pleno, produzindo, assim, um modelo de “criança mundial”; e (ii) como a construção deste modelo produz (e depende desta produção) “outros” patológicos, em particular, crianças-soldado. Desta forma é possível discutir como a criança-soldado é articulada não apenas enquanto problema, mas, mais importante, enquanto uma emergência internacional que desafia a estabilidade da ordem política internacional e suas perspectivas de progresso. Além disso, buscase demonstrar como esta articulação é traduzida em demanda por repostas urgentes articuladas na forma de intervenções internacionais. Nesse sentido, a última parte desta tese é dedicada à análise cuidadosa destas intervenções, como o programa das Nações Unidades de Liberação e Reintegração de ex-criançassoldado. Assim, busco demonstrar como estas intervenções, em nome da estabilidade de uma versão particular da ordem internacional articulada por meio do modelo da criança mundial, (re)declaram a exceção à norma e relegam as crianças-soldado a um “espaço” de ilegitimidade e silêncio geralmente encontrado além – ou detrás – das fronteiras do internacional moderno.

Orientador:

Monica Herz

Palavras-chave:

Conflitos internacionais; Crianças; Infância