Instituição de ensino:

Universidade de Brasília (UnB)

Programa:

Relações Internacionais

Autor:

Rodrigo de Oliveira Godinho

Titulação:

Doutorado

Ano de defesa:

2007

Link:

 http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2738

Resumo:

 Esta tese tem como objetivo central desenvolver exercício de reflexão sobre os canais de transmissão entre normas internacionais e políticas redistributivas. Mais especificamente, busca examinar como o reconhecimento e a exposição do Estado a normas e instituições internacionais podem condicionar a implementação de políticas redistributivas, nos âmbitos doméstico e internacional. O trabalho examina os fundamentos analíticos do tema: a “economia política” da redistribuição; o diálogo entre racionalistas e construtivistas na teoria das relações internacionais; e a crítica à hipótese do Estado unitário nas relações internacionais. Em seguida, são examinadas teorias da interação entre os ambientes doméstico e internacional, com ênfase especial na teoria dos “jogos de dois níveis”, que constitui referencial teórico a orientar o trabalho. A tese também discute teorias relativas ao impacto de normas e instituições internacionais, ressaltando a existência de três “mecanismos de transmissão”: estrutura de incentivos, estrutura de representação, e estrutura de identidade. O trabalho desenvolve modelo teórico, cuja principal conclusão geral seria a de que, sob determinadas condições, a “abertura” a normas e instituições internacionais pode induzir novo equilíbrio doméstico que facilita e/ou viabiliza a implementação de políticas redistributivas, anteriormente “vetadas” por coalizões de atores sociais. O modelo admite três possíveis equilíbrios – a integração plena, a integração incipiente, e o regime contestado -; por sua vez, o equilíbrio efetivamente alcançado dependeria de parâmetros como sensibilidade das preferências estatais à pressão internacional, dimensões relativas das coalizões domésticas, e custos “internos” e “externos” de descumprimento das normas internacionais. Em sua parte empírica, a tese analisa a relação entre normas internacionais e políticas redistributivas a partir de três estudos de caso: políticas de combate à discriminação racial no Brasil, no período 1995-2005; políticas de combate à fome no Brasil, no período 1995-2005; e a política de assistência ao desenvolvimento do Reino Unido, no período 1997-2005. O estudo relativo ao combate ao racismo é aquele que apresenta resultados mais próximos dos elementos salientados no modelo teórico; conforme apresentado, o processo de preparação e de seguimento da Conferência de Durban sobre o Combate ao Racismo teria viabilizado “momento político” propício à implementação de políticas de ação afirmativa no Brasil. Os estudos indicam, ainda, que a conjugação de três fatores – preferências governamentais, grupos organizados e canais de acesso ao processo decisório – seria a base da gênese e da consolidação de coalizões domésticas pró-redistribuição.

Orientador:

Eduardo Viola

Palavras-chave:

redistribuição; normas; instituições; coalizões; discriminação; desenvolvimento