Instituição de ensino: |
Universidade de Brasília (UnB) |
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Programa: |
Estudos Comparados sobre as Américas (Ceppac) |
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Autor: |
Adriana Coelho Saraiva |
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Titulação: |
Doutorado |
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Ano de defesa: |
2010 |
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Link: |
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Resumo: |
Esta tese está centrada na observação e compreensão de movimentos sociais juvenis urbanos da contemporaneidade que adotam uma perspectiva radical de luta social. Para isso, apoiou-se em uma pesquisa etnográfica sobre o Movimento Passe Livre–DF – um movimento que foca sua luta na questão dos transportes e na concepção do direito à cidade – comparando-o com o movimento estadunidense Baltimore Algebra Project, um ‘programa- movimento’, concebido por um ex-ativista da luta por direitos civis, voltado para a educação pública de qualidade e com foco na questão identitária negra. Em Baltimore, esse programa desenvolveu características radicais, ao enfrentar uma crise fiscal que se abateu sobre a cidade. Enquanto na parte brasileira, foram utilizados os recursos habituais da pesquisa etnográfica, no caso do movimento norte-americano, dado o curto período de tempo para realizar a etnografia, os dados foram complementados por pesquisa documental. Para analisar os movimentos, são recuperadas parte da literatura referente aos Novos Movimentos Sociais, perspectivas teóricas sobre juventude, tecnologias de informação e comunicação e anarquismo. Após dedicar dois capítulos a cada um dos movimentos, onde suas principais características de pensamento e ação são traçadas, procedo à comparação entre os dois, contrastando alguns princípios/mecanismos de funcionamento (não-liderança, processos decisórios e ação direta) e sua concretização na prática de cada movimento; a forma como constituem uma perspectiva ampla a partir de suas lutas aparentemente pontuais – processo que denomino de ‘tema englobante’; a relação dos movimentos com o Estado e a forma como configuram perspectivas de políticas públicas e direitos sociais; e, finalmente, a relação de cada movimento com as tecnologias de informação e comunicação. Dentre as conclusões obtidas por esta pesquisa destacam-se o redimensionamento da noção de ‘especificidade’ dessas lutas, face à ‘perspectiva englobante’ desenvolvida pelos movimentos; a constatação da relativização da noção de autonomia, que varia de acordo com inter-relações entre sujeito, coletivo e circunstâncias (locais, nacionais e globais) de opressão e privação; e as diversas formas de apropriação das tecnologias de informação e comunicação pelos diferentes movimentos. Finalmente, ressalto a percepção de que os movimentos sociais estudados não podem ser compreendidos como movimentos voltados para causas pontuais ou identitárias, pois ampliam suas lutas, agregando diversificadas opressões. |
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Orientador: |
Gustavo Lins Ribeiro |
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Palavras-chave: |
Movimentos sociais; Movimento da juventude; Tecnologia da informação; Anarquismo e anarquistas |