Instituição de ensino: |
Universidade de Brasília (UnB) |
Programa: |
Estudos Comparados sobre as Américas (Ceppac) |
Autor: |
Gustavo Henrique Cocentino Ramos |
Titulação: |
Doutorado |
Ano de defesa: |
2004 |
Link: |
Não disponível |
Resumo: |
Esta tese apresenta uma análise comparativa da mobilização e articulação de movimentos sociais brasileiros e norte-americanos durante o processo de negociação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), que pretende instituir bloco comercial inédito, reunindo 34 países do continente, com estabelecimento previsto originalmente para 2005. O histórico do integracionismo nas Américas é destacado inicialmente de modo a identificar eventuais mudanças na política externa dos Estados Unidos para a América Latina - potência hegemônica de indiscutível influência nesta região e proponente deste esquema continental. O trabalho examina a persistência de sentimentos comunitários e integracionistas no novo contexto econômico regional, marcado por controversa adesão às políticas neoliberais, evidenciando divergências e convergências entre movimentos sociais brasileiros e norte-americanos, sobre certos aspectos fundamentais do acordo de livre comércio das Américas. Verifica-se que movimentos sociais compreendem a regionalização como um caminho para minimizar supostos efeitos perversos do propalado processo de globalização. Em conformidade com esta visão, atores sociais do Brasil e dos Estados Unidos, principais países do futuro bloco, passaram a defender também um modelo de integração não limitado à obtenção de vantagens comerciais, mas como instrumento coletivo que, mediante à inclusão de cláusulas sociais diversas, facilite o desenvolvimento integral e propicie a melhoria do bem-estar dos povos inerentemente envolvidos e sujeitos às suas deliberações. Ademais, os movimentos contestam o caráter intergovernamental do processo de negociação, denunciando a falta de transparência das decisões e a exclusão da participação de parcelas representativas da sociedade civil. Nesta tese, são analisadas, portanto, as opiniões, as estratégias de contestação e as formas de encaminhamento de demandas de movimentos sociais brasileiros e norte-americanos aos seus respectivos governos e interlocutores das instâncias legislativas. Além da importante canalização da oposição através de articulações nacionais, constatou-se a relevância dos diálogos proporcionados por redes continentais de movimentos sociais sobre a Alca que, por meio de uma atuação coordenada, fortalecem o pleito pela democratização das negociações, ampliação de espaços para participação na tomada de decisões e, outrossim, discutem propostas e soluções alternativas que assegurem uma integração continental justa. |
Orientador: |
Yves Chaloult |
Palavras-chave: |
Alca; Movimentos sociais; Brasil; Estados Unidos |