Instituição de ensino: |
Instituto Rio Branco (IRBr) |
Programa: |
Diplomacia |
Autor: |
Enrico Diogo Moro Gomes |
Titulação: |
Mestrado IRBr |
Ano de defesa: |
2010 |
Link: |
Não disponível |
Resumo: |
Esta dissertação analisa o processo de construção da linha que delimita a fronteira entre Brasil e Paraguai e tem como principal objetivo estudar os argumentos paraguaios que dão base às demandas em torno do estratégico trecho de 20 quilômetros da Serra de Maracaju. Com vistas a cumprir essa meta, é necessário resgatar a história das negociações. O impasse que impediu a assinatura de Tratado de Limites entre esses países estava relacionado, em especial, à interpretação de mapas antigos e da localização do rio Igureí. Após a Guerra da Tríplice aliança, foi atingida solução intermediária que estabeleceu a Serra de Maracaju como acidente geográfico que definia a linha de limites até o rio Paraná. Durante os anos de 1872-74, foi realizado trabalho de demarcação dos limites com base no Tratado de Limites de 1872 em toda a região ao sul da foz do Apa, sem que nenhuma dúvida fosse levantada sobre a correção da linha definida pelo Tratado e acordada entre os comissários demarcadores. Na segunda metade do século XX, contudo, com os primeiros trabalhos sobre aproveitamento hidroelétrico das Sete Quedas, formadas pelo encontro da Serra de Maracaju com o rio Paraná, foram apresentados protestos oficiais do Governo guarani contra a interpretação brasileira de que Sete Quedas estavam exclusivamente sob soberania do Brasil. Os argumentos paraguaios contestavam o próprio Tratado de 1872 e a correção da demarcação realizada posteriormente, não obstante a irrefutabilidade dos argumentos técnicos e históricos apresentados pelo Brasil. Naquele momento, a solução foi obtida com a divisão em partes iguais da Usina de Itaipu e a criação da Reserva Biológica de Maracaju, que neutralizou os 20 quilômetros contestados pelos paraguaios. Não obstante essas medidas, a região continua sem demarcação reconhecida por ambos os Governos e os argumentos paraguaios sobre as supostas injustiças cometidas pelo Tratado de 1872 e pela demarcação de 1872-74 ainda são utilizados por diversos setores sociais daquele país para exigir modificação da linha de limites hoje vigente |
Orientador: |
Francisco Fernando Monteoliva Doratioto |
Palavras-chave: |
Brasil; Paraguai; Limites |