Instituição de ensino:

Instituto Rio Branco (IRBr)

Programa:

Diplomacia

Autor:

Luis Gustavo de Seixas Buttes

Titulação:

Mestrado IRBr

Ano de defesa:

2011

Link:

 Não disponível

Resumo:

 Por meio de um trabalho de contextualização história e de análise de discurso, o presente trabalho demonstra como a formação intelectual e a atuação política e diplomática de Joaquim Nabuco refletem o mundo em que viveu, em transição tanto nacional como internacionalmente. Formado segundo os cânones da elite imperial brasileira, fez-se monarquista, sob o impacto da experiência inglesa, em um momento de primazia do Império Britânico no sistema internacional. Herói abolicionista e político consagrado, viu seu mundo desmoronar em 15 de novembro de 1889. A Proclamação da República no Brasil e a ascensão norte-americana à condição de potência, no contexto da corrida neocolonial europeia, levam-no a um período de indefinição, distante da política republicana, quando dedica-se à literatura e retoma valores da juventude, como a religião e a família, e posterior afrouxamento ideológico. Assim, após uma década de ostracismo, vivendo em uma espécie de limbo político e em busca de sentido, Nabuco encontra no patriotismo a chave que lhe abre as portas do serviço republicano e lhe permite vislumbrar a novidade representada pela emergência americana e sua projeção sobre o eixo hemisférico. Faz, dessa forma, do pan-americanismo, após o abolicionismo, sua segunda grande causa, à qual dedica arduamente seus maiores esforços e seus últimos anos de vida, à frente da Embaixada brasileira em Washington. A percepção das mudanças em curso no sistema internacional e das novas configurações de poder reforçaram seu empenho para aproximar as duas grandes repúblicas das Américas, antecipando, portanto, apenas em sua aurora, os rumos que a política externa brasileira seguiria ao longo do século XX.

Orientador:

Virgilio Caixeta Arraes

Palavras-chave:

Joaquim Nabuco; Monarquia; República; Brasil Império; Abolicionismo; Pan-americanismo