Instituição de ensino:

Instituto Rio Branco (IRBr)

Programa:

Diplomacia

Autor:

João André Silva de Oliveira

Titulação:

Mestrado IRBr

Ano de defesa:

2011

Link:

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Resumo:

 Os países em desenvolvimento apresentaram crescimento econômico significativo nos dez últimos anos, após a reformulação do papel do Estado, que passou a ter posição mais assertiva, ao contrário do que pregavam os neoliberais nas décadas de 1980 e 1990. A implementação das idéias neoliberais nos países em desenvolvimento, sobretudo nos países da América Latina, não trouxe os benefícios prometidos pelos teóricos daquela corrente de pensamento. A partir dos anos 2000, a política social ganhou novamente posição de destaque com o surgimento de mecanismos inovadores, como políticas de transferência de renda, que consistem em repasses financeiros a famílias pobres, as quais devem cumprir rol de condicionalidades visando a ampliar benefícios nas áreas de saúde e educação. Na América Latina, há muitos programas dessa natureza, a exemplo do Bolsa Família no Brasil, do Chile Solidario no Chile e do Oportunidades no México. Cada programa apresenta peculiaridades, porém todos visam a reduzir a pobreza e promover ganhos sociais entre os beneficiados. No Brasil, o Bolsa Família foi desenvolvido em 2003, como parte do programa Fome Zero, criado no governo do Presidente Lula e visando à erradicação da fome, ao combate à pobreza e às desigualdades. A melhoria dos indicadores sociais nos países que implementaram esses programas é prova do sucesso da melhoria de renda induzida por eles. O presente trabalho visa a analisar os ganhos econômicos derivados do aquecimento do mercado interno pela injeção dos recursos de programas de transferência condicionada de renda. Mais especificamente, busca-se avaliar a importância desses repasses para a recuperação da economia brasileira perante a crise econômica internacional de 2008, muito provavelmente a maior crise do capitalismo após a crise de 1929. Os efeitos negativos foram significativos sobre praticamente todos os países, porém as economias emergentes, como China, Índia, Brasil e México, demonstraram maior poder de reação que os países ricos, pela primeira vez na história. A crise econômica e financeira de 2008 serviu para comprovar a tese keynesiana de que a intervenção estatal por meio de gastos públicos financiados por políticas fiscais expansionistas apresenta efeitos reais positivos sobre a renda nacional ou o PIB.

Orientador:

Marcel Bursztyn

Palavras-chave:

Programa Bolsa Família; Crise econômica de 2008; Teoria keynesiana; Política anticíclica