Instituição de ensino: |
Instituto Rio Branco (IRBr) |
Programa: |
Diplomacia |
Autor: |
Dario André Sensi |
Titulação: |
Mestrado IRBr |
Ano de defesa: |
2006 |
Link: |
Não disponível |
Resumo: |
Este trabalho analisa diversas obras historiográficas nas quais o processo de ocupação territorial foi associado à construção identitária. As obras selecionadas tratam do avanço para o Oeste no Brasil e nos Estados Unidos e têm como protagonistas as figuras do bandeirante e do pioneiro. A pesquisa concentra-se na escrita da história, e não na história em si. Trata-se, portanto, de uma tese historiográfica, com foco nos elementos ideológicos, simbólicos e míticos presentes nos textos em tela. Neste trabalho, a identidade é analisada em sua dimensão histórica – como objeto em permanente construção – e, mais especificamente, em sua relação com narrativas fundacionais. A dissertação compõe-se de três capítulos: no primeiro, avalia-se o ensaio The significance of the frontier in Americain history (1893), de Frederick Jackson Turner, à luz do imaginário norte-americano sobre o Oeste no Século XIX. O texto, considerado um marco na historiografia sobre a fronteira, serve como elemento de comparação e referência ao longo da pesquisa. No segundo capítulo, o foco é a historiografia paulista sobre o bandeirismo. Esta seção trata das relações entre produção e uso do conhecimento histórico, bem como da articulação entre uma identidade regional paulista e a identidade nacional. Dentre os autores selecionados, destacam-se Affonso de Taunay, Alfredo Ellis Júnior e Cassiano Ricardo. Seus textos são analisados com base em contextualização sócio-histórica, que inclui também o estudo de instituições que exerceram importante papel na construção identitária, tais como o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e o Museu Paulista. O capítulo final avalia a importância do Oeste na obra de Sérgio Buarque de Holanda. Partindo da trajetória intelectual do autor, examina-se o livro Caminhos e fronteiras (1957) em contraste com o ensaio de Turner e com a historiografia paulista sobre o bandeirismo. A análise das obras e autores selecionados constitui um terreno fecundo para a investigação das relações entre verdade histórica e mito, ou entre história e ficção. Nesse sentido, este trabalho sublinha os contrastes entre a história mítica do texto de Turner, a historiografia paulista pretensamente científica – porém plena de verdades pré-concebidas - e finalmente a produção historiográfica de Sérgio Buarque de Holanda, paradigma de um novo tempo na historiografia nacional. |
Orientador: |
Mariza Veloso Motta Santos |
Palavras-chave: |
Fronteira; Identidade nacional; História |