Instituição de ensino: |
Instituto Rio Branco (IRBr) |
Programa: |
Diplomacia |
Autor: |
Bruno Guerra Carneiro Leão |
Titulação: |
Mestrado IRBr |
Ano de defesa: |
2005 |
Link: |
Não disponível |
Resumo: |
Este trabalho analisa a integração econômica do Leste Asiático, entendido como a região formada por China, Japão, Coréia do Sul, Taiwan, Hong Kong, Cingapura, Indonésia, Malásia, Filipinas e Tailândia. No início da década de 1980, os vínculos econômicos intraregionais eram tênues, enquanto que, atualmente, verifica-se intenso fluxo de bens e capitais. O objetivo da pesquisa é identificar as causas de tal mudança. A hipótese testada é que o encontro de dois processos da história recente da região teria motivado esse câmbio: a abertura da China pela política de "portas abertas" e a internalização da economia japonesa depois do "Acordo do Hotel Plaza". Demonstra-se que ambos os movimentos foram desencadeados pelos Estados chinês e japonês que, ao serem confrontados com conjunturas desfavoráveis, buscaram sustentar o desenvolvimento nacional. A China estreitou os laços com comunidades expatriadas da etnia han na tentativa de atrair seus capitais para acelerar a modernização econômica. O Japão estimulou a migração de suas redes manufatureiras para as Novas Economias Industrializadas e para o Sudeste Asiático de forma a minimizar riscos de protecionismo nos EUA e Europa, bem como de restabelecer a competitividade cambial perdida com a valorização do iene frente ao dólar. Na década de 1990, os dois processos se encontraram, tanto por meio do aumento nos investimentos e no comércio direto entre China e Japão, quanto pela integração das redes produtivas chinesas com as redes corporativas japonesas no "ultramar", que juntas passaram a explorar o mercado da China Popular. A convergência dos dois processos de resultante integradora levou à formação de uma área econômica do Leste Asiático, caracterizada por alto patamar de interdependência. Analisa-se também como operou o binômio competição-cooperação na crise asiática de 1997-1998, primeiro levando países da região a colapsarem diante de pressões competitivas da China e do Japão, depois fazendo com que os países mais atingidos pela crise se reerguessem graças ao auxílio financeiro japonês e à permeabilidade do mercado interno chinês. Demonstra-se como depois de superada a crise, a China assumiu o papel de catalisador dos recursos produtivos regionais, aumentando exponencialmente sua participação como destino de investimentos, fornecedora de bens de consumo e, principalmente, como mercado para os bens de produção da vizinhança. O Japão, por sua vez, mantém a liderança tecnológica regional e permanece como relevante fonte de investimentos e insumos sofisticados. Em termos globais, a integração asiática é apresentada como um processo que tem o benefício de dinamizar o sistema produtivo mundial e o malefício de atrelar sua evolução a um país marcado por diversas tendências desestabilizadoras. Por fim, são analisadas lições e consequências do modelo asiático de integração para o Brasil. Sublinha-se o exemplo chinês de liderar a região valendo-se da atração de seu mercado interno e de sua competitividade exportadora. No que tange ao potencial do intercâmbio econômico brasileiro com o Leste Asiático, é criticada a opção de se promover o politicamente sensível setor agrícola ao invés de estimular a especialização intra-industrial. |
Orientador: |
Alexandre Guido Lopes Parola |
Palavras-chave: |
Japão; China; Leste Asiático; Integração econômica |