Instituição de ensino:

Universidade Estadual Paulista "Julio de Mesquita Filho" (Unesp)

Programa:

História

Autor:

Maria Carolina Akemi Sameshima

Titulação:

Mestrado

Ano de defesa:

2008

Link:

 

http://base.repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/93219/sameshima_mca_me_fran.pdf?sequence=1&isAllowed=y

Resumo:

 Apesar da parca documentação, é notável, no século XVI, o afluxo de franceses em terras americanas os quais partindo, principalmente, das regiões da Normandia e da Bretanha chegaram ao litoral norte ou navegavam rumo às terras do sul, onde poderiam carregar as suas embarcações com peles, pau-brasil, papagaios, macacos e outros animais exóticos bastante apreciados na França, bem como na Europa. Um prova da assiduidade desses navegadores é a festa brasileira em Rouen, organizada em 1550 para homenagear o novo monarca francês, Henrique II, e a sua esposa, Catarina de Médici. Rouen destacou-se entre as outras cidades que receberam o casal real, oferecendo um espetáculo que até então não havia sido assistido na Europa: o cotidiano dos nativos do Novo Mundo. Cinco anos após esse episódio curioso em Rouen, uma expedição deixa o porto de Le Havre com o claro objetivo de construir um estabelecimento francês no Brasil e comandado por Nicolas Durand de Villegagnon. Na Baía de Guanabara, os franceses, huguenotes e católicos, entraram em contato com indígenas tupinambás de quem conseguiram grande parte dos alimentos para sobreviverem na França Antártica. Mas, o estabelecimento não durou muito tempo, pois Portugal decide tomar conta de seu território expulsando os franceses em 1560, além dos conflitos políticos-religiosos que perturbavam a própria França. Não demorou muito e em 1562, Jean Ribaut navega para a Flórida, numa viagem de reconhecimento, para instalação de uma futura colônia na região. Mais uma vez a sorte não estava do lado dos franceses. Na falta de víveres e de comunicação com a metrópole, os conflitos internos começam a aparecer até que, em 1565, Filipe II, da Espanha, ordenou uma expedição, comandada por Pedro Menéndez de Avilés, para acabar com a ousadia francesa. Apesar do fracasso nas tentativas de colonização, alguns documentos históricos, incluindo narrativas de viagem, cartas e gravuras, foram deixados pelos seus participantes, que – tendo em vista a produção e a publicação de relatos sobre o Novo Mundo no século XVI – pertencem ao grupo documental mais definido e seguro para apontarmos a construção da imagem das novas terras recémdescobertas e as quais começavam a ser exploradas. Assim, este trabalho tem como objetivo analisar a presença francesa na América, durante o século XVI, mais precisamente as duas tentativas fracassadas de colonização, bem como os relatos produzidos a partir dessas experiências, demonstrando dessa maneira a sua importância para a construção de lugares-comuns sobre o Novo Mundo.

Orientador:

Jean Marcel Carvalho França

Palavras-chave:

América; Viagens e descrições; Viajantes Franceses