Instituição de ensino:

Universidade Federal Fluminense (UFF)

Programa:

Relações Internacionais

Autor:

Sinaida de Gregório Leão

Titulação:

Mestrado

Ano de defesa:

2006

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Resumo:

 Os processos de globalização e regionalização, simultâneos e complementares, têm introduzido um importante desafio ao movimento sindical, premido a superar o espaço nacional em que habitualmente atua para engendrar novas políticas e práticas de âmbito internacional, condizentes com a nova fase do processo de expansão capitalista, que se caracteriza pela transnacionalidade produtiva e financeira, sustentada pela ideologia neoliberal. a análise da política internacional e da atuação da Central Única dos Trabalhadores no MERCOSUL revela de que3 forma se configuram as forças sócio-econômicas representativas dos capital e do trabalho no âmbito regional, permitindo identificar como tem se posicionado o movimento sindical e quais os fatores que tem contigenciado a atuação sindical em face dos processos de globalização e de regionalização. As relações de trabalho no âmbito do MERCOSUL tem sido marcadas pela luta de classes, correspondendo aos processos de hegemonia que ocorrem no seio da sociedade civil de cada um dos Estados-membros e que se exteriorizam regionalmente. Evidencia-se, assim, que a hegemonia das classes representativas do capital no âmbito do MERCOSUL tem se expressado pela manutenção de uma lógica estritamente comercial no processo de integração e pela distribuição de um limitado espaço institucional ao movimento sindical, que, ocupando uma posição subalterna, presa à pequena política, tem encontrado forte resistência governamental e empresarial à consecução de suas propostas, voltadas à dimensão social e trabalhista da integração. As inúmeras propostas formuladas pela CUT, uma das centrais sindicais mais representativas da região, e pelo movimento sindical regional, articulado sob a Coordenadora de Centrais Sindicais do Cone Sul, concebidas por dentro do sistema capitalista, já se constituiriam em um significativo avanço no âmbito social e trabalhista do MERCOSUL. Deve ser observado que tais propostas, de caráter conciliatório, que apóiam o fortalecimento do bloco e a negociação tripartite com empresários e governo, não têm objetivado superar o capitalismo e a hegemonia das classes representativas do capital, mas garantir ganhos concretos aos trabalhadores da região dentro da ordem capitalista vigente. Contudo, tais propostas não têm conseguido romper as resistências dos governos e empresários no âmbito do MERCOSUL, demonstrando a subalternidade do movimento sindical perante o processo de integração, reflexo do enfrquecimento sindical dentro dos Estados nacionais componentes do bloco, onde as classes representativas do capital tem conseguido preservar sua hegemonia. Evidencia-se, na verdade, que o movimento sindical não tem conseguido romper os laços de comprometimento e de resistência existentes entre governos e empresários à ampliação da dimensão social do Mercosul em meio à subjacente luta de classes.

Orientador:

Victor Hugo Klagsbrunn

Palavras-chave:

Mercosul; integração regional; Central Única dos Trabalhadores