Instituição de ensino:

Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Programa:

Antropologia

Autor:

Gustavo Adolfo Pedrosa Daltro Santos

Titulação:

Mestrado

Ano de defesa:

2002

Link:

 

http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/zeus/auth.php?back=http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000256983&go=x&code=x&unit=x

Resumo:

 Esta dissertação aborda a relação entre lideranças imigrantes brasileiras e de países africanos de língua oficial portuguesa (PALOPs), o Partido Socialista e o Estado português, em tomo da legislação de controle de estrangeiros em Portugal, durante a década de 1990. Na luta pelos direitos de permanência e cidadania dos cidadãos brasileiros e dos PALOPs em Portugal - e, por extensão, na União Européia -, os dirigentes das associações de imigrantes "lusófonos" aliaram-se, no início da década, a lideranças do Partido Socialista contra as políticas do governo português - ocupado então pelo Partido Social Democrata -, alinhadas às normas do espaço Schengen de circulação livre de pessoas. A utilização do termo "lusófonos", porém, um termo nada ingênuo que remetia a imaginadas relações de proximidade e semelhança entre os falantes do português, revela uma estratégia baseada na (re)apropriação de narrativas da nação portuguesa - presentes no projeto de Estado defendido dentro do Partido Socialista - que apresentavam a história colonial portuguesa como criadora de relações especiais entre Portugal e as ex-colônias. No entanto, com a subida ao poder do Partido Socialista, é evidenciado o limite dessa estratégia das associações de imigrantes, na medida em que o governo não altera substancialmente sua política imigratória, ainda atrelada às normas européias. Nesse novo contexto, as associações mais próximas ao PS participam da formulação e da execução de políticas ditas de "integração", "multiculturalistas", dos imigrantes que já se encontram em Portugal, mas passam a ser alvo de fortes criticas por parte de outros atores sociais que assumem a defesa dos direitos dos trabalhadores imigrantes em geral, e não mais somente de brasileiros e africanos dos PALOPs. Além de descrever os processos acima delineados, a dissertação procura elaborar uma visão critica dos mesmos, através de um diálogo com análises antropológicas de reconfigurações identitárias - como produções de diferença na diáspora e visões criticas sobre o multiculturalismo no interior do Estado-nação

Orientador:

Bela Feldman-Bianco

Palavras-chave:

Imigrantes - Portugal; Migração - Politica governamental; Organizações não-governamentais; Movimentos sociais; Estado Nacional - Estudo de casos; Ciencia politica - Historia