Instituição de ensino:

Universidade de Brasília (UnB)

Programa:

Relações Internacionais

Autor:

Luiz Otavio Sales Bonfim

Titulação:

Mestrado

Ano de defesa:

2002

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Resumo:

 A dissertação, apresentada como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), em 2002, tem como título "A política externa dos EUA de combate ao narcotráfico na Colômbia (1997-2002)". O período de seis anos do estudo foi dividido em três segmentos: antes da aprovação da ajuda dos EUA ao Plano Colômbia; durante a vigência do Plano, até o 11 de setembro; e depois dos atentados terroristas a Nova Iorque e a Washington. Procurou-se demonstrar na pesquisa que a política externa dos EUA de combate ao narcotráfico na Colômbia foi distinta, nos três períodos históricos delimitados: destacando a influência do Plano Colômbia e dos atentados terroristas de 11 setembro, como fatores determinantes de mudanças para posturas cada vez mais agressivas no confronto com os grupos armados ilegais. Ademais, buscou-se identificar os mecanismos que permitiram aos EUA e à comunidade internacional reconhecer os vínculos desses grupos com o narcotráfico e, posteriormente, suas ligações com o terrorismo internacional. O contexto histórico, de 1997 até 2002, abrangeu, o Segundo Governo Clinton e os dois primeiros anos de seu sucessor, George Bush; pelo lado colombiano, englobou o último ano do Governo Samper, todo o mandato de Pastrana e o início da Administração Uribe. Em termos abrangentes, discutiu-se a forma como democratas e republicanos procuraram preservar a hegemonia da superpotência. Debateu-se como a transição do Governo Clinton para a Administração Bush teria determinado alterações no perfil da liderança dos EUA no sistema internacional. Quanto aos Governos colombianos, ambos enfrentaram fontes de instabilidade criadas pelo desenvolvimento da economia subterrânea do narcotráfico e pelo desafio da autoridade central por grupos armados ilegais. A conjugação desses dois fatores teria sido maximizada pela sinergia gerada pelo controle desses grupos das áreas de produção e de processamento das drogas. O que parecem ter variado nesse contexto foram os perfis das lideranças colombianas, cujas distintas abordagens da crise, de certa forma, acompanharam o comportamento da "matriz" americana. Pastrana e Clinton investiram nas conversações de paz e foram mais tolerantes e ambíguos na condução de suas respectivas políticas. Uribe e Bush têm adotado estratégias claras e agressivas, apostando na solução armada para o conflito. Ao final do estudo, observa-se que a execução da política antidrogas dos EUA trouxe reflexos para a América Latina, principalmente para os vizinhos da Colômbia, em especial, o Brasil. Nesse sentido, procurou-se evidenciar os principais reflexos dessa política para o país, analisando as reações do Governo brasileiro às pressões dos EUA e destacando as medidas institucionais adotadas para salvaguardar as fronteiras, particularmente na Amazônia Ocidental. Concluiu-se, por fim, que as novas prioridades conferidas pelos norte-americanos no exercício de sua hegemonia implicariam adaptações cada vez maiores na política externa e de defesa do Brasil, ainda que não necessariamente na intensidade, na rapidez e na amplitude que os EUA desejam.

Orientador:

Eduardo Viola

Palavras-chave:

EUA; Colômbia; Narcotráfico