Instituição de ensino: |
Programa San Tiago Dantas (UNESP, Unicamp e PUC-SP) |
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Programa: |
Relações Internacionais |
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Autor: |
Ana Paula Bentes |
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Titulação: |
Mestrado |
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Ano de defesa: |
2006 |
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Link: |
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Resumo: |
O Sociólogo Fernando Henrique Cardoso sempre teve profundo envolvimento com os problemas relacionados à formação e desenvolvimento econômicos do país. Desde seus primeiros trabalhos, ainda na década de 1950, pode-se observar sua preocupação com as relações estabelecidas entre as classes sociais brasileiras e seu resultado para a economia do país. Cardoso procura estabelecer um nexo causal entre os conflitos sociais internos, as forças que determinam as relações do Brasil com o exterior e o desenvolvimento econômico nacional. Segundo o Autor, os aspectos econômicos são resultado das interações políticas e sociais internas e destas com o exterior. Ou seja, a resultante dos embates internos vai determinar que tipo de relações serão estabelecidas no âmbito externo e estas vão delinear a forma de desenvolvimento que será seguida internamente, com todos os segmentos dessa equação se modificando mutuamente, em um processo de construção dialética da totalidade social concreta. O perfil do pensamento de Cardoso, no que se refere à internacionalização da economia, sofre modificações na medida em que sua carreira evolui. No período de academia, o Sociólogo passa de profundo defensor do nacionalismo e do desenvolvimento econômico voltado para o mercado interno, para advogado da posição de que o desenvolvimento e a dependência externa podem caminhar juntos, dependendo das forças e das relações internas e externas. Durante o período militar, sobretudo a partir de 1978, Cardoso adota uma posição de forte oposição ao então governo. Defende a proposição de que, apesar de possuir caráter modernizante em alguns aspectos, o modelo de desenvolvimento adotado, com exclusão social e rompimento com as forças democráticas, não conduziria ao crescimento econômico nacional. Não era, para Cardoso, o subdesenvolvimento econômico resultado da internacionalização da economia, mas da forma como ela foi instituída. Como Presidente da República, Cardoso se posiciona ao lado da inserção do Brasil no sistema internacional, mas defendendo a proposição de regras que minimizem os efeitos negativos da globalização, sobretudo para as economias em desenvolvimento. Sua atuação na política externa brasileira esteve muito próxima dessa linha de pensamento. Nas negociações comerciais, objeto de estudo mais detalhado da presente investigação, a atuação de Cardoso, a despeito do que emergia de sua retórica, foi, sobretudo, no sentido de adequação das normas internas às regras adotadas internacionalmente e de tentativa de inserção do país no mercado internacional na forma de global trader. Em suma, exceto por seus primeiros anos como sociólogo, Cardoso tende a defender o desenvolvimento nacional via inserção internacional. Sua atuação no âmbito da política externa brasileira mostra, especialmente nos primeiro anos, um grande esforço no sentido de buscar uma melhor imagem do país com vistas a viabilizar uma inserção mais positiva do Brasil. |
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Orientador: |
Sebastião Carlos Velasco e Cruz |
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Palavras-chave: |
Governo Fernando Henrique Cardoso; Política externa; Dependência |