Instituição de ensino:

Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Programa:

Antropologia Social

Autor:

Andrea Carolina Schvartz Peres

Titulação:

Mestrado

Ano de defesa:

2005

Link:

 

http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/zeus/auth.php?back=http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000364233&go=x&code=x&unit=x

Resumo:

 A desagregação da antiga República Federativa da Iugoslávia e as quatro guerras que então se sucederam - as guerras na Eslovênia, na Croácia, na Bósnia-Herzegóvina e no Kosovo - foram objeto da mídia em todo o mundo, inclusive no Brasil. Nesta dissertação, analiso a cobertura dessas guerras pela imprensa escrita brasileira, particularmente a realizada pelos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, tendo em vista algumas hipóteses iniciais de pesquisa: (a) há uma mudança significativa na abordagem dos conflitos do período da guerra fria para o período seguinte, pós-guerra fria, que abandona progressivamente um vocabulário predominantemente "estratégico" por um crescentemente "culturalista"; (b) a imprensa passa a enfatizar supostas diferenças ontológicas entre as populações em conflito, afirma a existência de nós x eles, e aponta para uma crescente naturalização e apolitização dos conflitos; (c) a imprensa atualiza uma tradição discursiva de representação dos Bálcãs. Para tanto, procurei compreender o modo como funcionam os jornais, como se dá a produção da notícia e como trabalham os jornalistas, particularmente, os enviados especiais brasileiros que foram à ex Iugoslávia fazer a cobertura. Ao longo da pesquisa, constatei a existência de um discurso sobre as guerras na ex-Iugoslávia recorrente na imprensa. Uma etnografia da imprensa - a leitura sistemática dos principais jornais, a compreensão da dinâmica do jornalismo internacional, a realização de entrevistas com os enviados especiais às diferentes guerras na ex-Iugoslávia - acabou não apenas por confirmar parte das hipóteses esboçadas como demonstrar uma série de aproximações e distanciamentos entre o jornalismo e a própria antropologia, quer no que diz respeito ao uso de determinados conceitos, quer, sobretudo, na forma como imprensa acaba por reproduzir determinadas categorias constitutivas da alteridade.

Orientador:

Omar Ribeiro Thomaz

Palavras-chave:

Imprensa; Iugoslavia, Guerra da; Jornais brasileiros