Instituição de ensino: |
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) |
Programa: |
História |
Autor: |
Andréia Prestes Massena |
Titulação: |
Mestrado |
Ano de defesa: |
2005 |
Link: |
Não disponível |
Resumo: |
Este trabalho analisou a experiência de exílio dos brasileiros em Moçambique, na África, na segunda metade da década de 1970. Em abril de 1964 foi instaurada a Ditadura Militar no Brasil. A partir desta data, pessoas que possuíam uma trajetória de militância política em sindicatos, organizações clandestinas ou diretórios e grêmios estudantis, críticos ao regime imposto, ou que simplesmente não concordavam com o ambiente autoritário vigente, se exilaram. O exílio aconteceu em diferentes momentos, envolvendo homens e mulheres, pessoas de diferentes idades e marcos políticos. Moçambique foi colonizado por Portugal e conseguiu sua independência em julho de 1975, quando a Frente de Libertação Moçambicana (FRELIMO), partido de influência socialista, assumiu o poder. A partir de então, brasileiros que estavam exilados em diferentes países, principalmente europeus, ou que ainda viviam no Brasil mas estavam insatisfeitos com as restrições impostas à participação política e a perseguição sofrida, se dirigiram para Moçambique. Esta pesquisa analisou a vida cotidiana destes brasileiros neste país africano, sua participação política e atuação junto a FRELIMO, os estranhamentos, as novas visões de mundo frente às experiências vividas em um país muito diferente do Brasil, o processo de adaptação, as esperanças depositadas em um novo projeto político e as transformações nas formas de enxergar o mundo. Além disso, este trabalho refletiu sobre as formas como a identidade foi se transformando no exílio e o que representava para estes brasileiros estar exilado em Moçambique. Com o processo de abertura política no Brasil e com a Lei da Anistia, em 1979, alguns brasileiros começaram a retornar ao país. Assim, procuramos analisar também este novo processo de adaptação, agora no Brasil, após alguns anos de exílio. Para sua realização foram realizadas entrevistas, analisadas a partir da metodologia da História Oral, a pessoas que estiveram exiladas em Moçambique, na segunda metade da década de 1970 e início de 1980, além da utilização de algumas cartas trocadas com os familiares no Brasil. A revista Tempo, periódico semanal editado pelo próprio governo moçambicano no período, também foi um material importante para uma melhor compreensão de aspectos relacionados à vida cotidiana destes brasileiros. |
Orientador: |
Silvio de Alemeida Carvalho Filho |
Palavras-chave: |
História comparada; Ditadura militar; Brasil; Exílio; FRELIMO; Moçambique |