Instituição de ensino: |
Universidade de São Paulo (USP) |
|
Programa: |
Ciência Política |
|
Autor: |
João Sette Whitaker Ferreira |
|
Titulação: |
Mestrado |
|
Ano de defesa: |
1998 |
|
Link: |
|
|
Resumo: |
O que se entende por "globalização'? Um processo de transformações na estrutura do sistema econômico mundial, decorrentes das inovações tecnológicas alcançadas no campo da informática. Nessa nova estrutura, as grandes corporaçòes internacionais passaram a ter um papel cada vez mais prepoderante. A tal ponto que muitos autores vislumbram uma substituição paulatina do papel dos Estados nacionais na organização do sistema mundial, por essas grandes corporações. Até que ponto pode-se afirmar que os Estados nacionais estão sendo relagados a um papel secundário nas Relações Internacionais/ Estudando a estrutura das empresas transnacionais, verifica-se seu alto grau de dependênci, apesar das aparências em contrário, com as nações a que pertencem. O prisma teórico realista permite levantar a hipótese de que, ao contrário do que se costuma ouvir, as empresas transnacionais podem não estar se sobrepondo aos Estados nacionais, mas sim tornando-se o instrumento que esses Estados têm na tradicional disputa pelo poder dentro do sistema internacional. Quais as possíveis relações entre essa hipótese e a reviravolta política que representou o esfacelamento das economias planificadas do leste europeu? Em um mundo onde as relações econômicas se tornaram instrumento de poder, pode-se dizer que a queda da União Soviética significou a vitória do modelo econômico liberal, mais do que uma vitória de caráter político. Existe por parte de alguns pensadores a tentativa clara de associar o fim do mundo soviético ao avanço inexorável da "economia-mundo capitalista". Essa "economia-mundo capitalista", enquanto modelo que tenta torna-se hegemônico na organizaçào das Relações Internacionais, é estruturalmente excludente, assim como sempre foi o sistema capitalista de acumulação. Essa exclusão se dá em função de uma polarizaçào entre aqueles que se beneficiam e aqueles que são prejudicados pelo sistema. e no contexto das relações internacionais, essa polarização ocorre entre os países mais bem estruturados economicamente e os menos estruturados. Ou ainda entre o Norte e o Sul. Nesse sentido, existe uma bem montada estrutura de difusão, por parte dos países do Norte, do modelo liberal enquanto modelo único, e portador de valores modernizantes inquestionáveis para o conjunto do mundo subdesenvolvido. O Brasil vem adotando, desde o início dos anos 90, um modelo de desenvolvimento que se integra perfeitamente a esse discurso da globalização econômica. O efeito dessa expansão da economia-mundo capitalista é devastador, principalmente no que tange à acentuaçào da miséria e da concentração da renda. Esse modelo não se adequa portanto ao que chamamos de "desenvolvimento includente". Enfim, o mundo parece perpetuar um modelo baseado no eterno "equilíbrio da desigualdade". Os instrumento postos em prática pelos países que detêm a hegemonia do poder mundial, para manter o status-quo polarizador do sistema, transcendem o âmbito econômico e são de ordem político, cultural e até militar. O conjunto desses elementos constitue o que chamamos de "mundialização". |
|
Orientador: |
Leonel Itaussu Almeida Mello |
|
Palavras-chave: |
Mundialiação; Economia; Poder; Sistema internacional excludente |