Instituição de ensino: Irel/UnB |
Universidade de Brasília |
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Programa: Mestrado em Relações Internacionais |
Relações Internacionais |
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Autor: |
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Titulação: Mestre |
Doutor |
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Ano de defesa:2021 |
2020 |
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Link:https://repositorio.unb.br/handle/10482/41940 |
https://repositorio.unb.br/handle/10482/40589 | |
Resumo:Em junho de 2017 Arábia Saudita, EAU, Barein e Egito decidiram suspender relações com o Catar e lhe impor um bloqueio. O estopim para essa crise foi a publicação de uma notícia falsa, segundo a qual o rei catari teria expressado opiniões controversas. Logo em seguida, jornais sauditas e emiradenses produziram matérias acusando o Catar de contribuir para a instabilidade regional por meio de suas políticas. Pouco depois, o bloqueio foi declarado. Todavia, a resposta internacional para o impasse regional foi a inação apesar da seriedade das acusações levantadas e das medidas tomadas. Diante dessa reação, esta pesquisa procurou identificar os elementos do discurso bloqueador que ajudam a compreender sua falta de ressonância internacional. Para operacionalizar essa análise, o conceito de framing foi empregado e o método de codificação aplicado a matérias dos principais jornais sauditas e emiradenses, bem como a discursos governamentais. Concluiu-se que o frame construído acerca do Catar não teve ressonância, pois os regimes saudita e emiradense superestimaram sua capacidade de convencimento ao não se preocuparem com a coerência de suas falas não fornecerem provas de suas acusações. Ademais, não souberam ler a realidade da sua audiência acerca da questão do terrorismo e ignoraram o peso econômico e securitário que o Catar possuía para países fora do Golfo. |
Esta tese investiga o fenômeno da islamofobia na França por meio das lentes teóricas do liberalismo e do iliberalismo. Inserida nos debates contemporâneos das Relações Internacionais acerca de identidade, etnicidade e segurança, o trabalho argumenta que a construção e operacionalização da islamofobia na França depende de uma articulação entre discursos e práticas liberais e iliberais. Metodologicamente, a tese centra-se no método do estudo de caso, executado através de fontes primárias e secundárias. Adicionalmente, empregou-se a Análise Crítica do Discurso para o exame dos discursos das principais lideranças francesas. O objeto da pesquisa consiste nas manifestações da islamofobia na sociedade civil francesa, através do estudo dos casos de islamofobia entre 1996-2019; e no poder público, via estudo das políticas públicas que mais impactaram na minoria muçulmana. Teoricamente, a tese propõe duas contribuições originais: (i) um novo conceito para o termo islamofobia; (ii) a ferramenta teórico-metodológica da Escala de Iliberalismo para o estudo e comparação internacional do comportamento governamental frente as minorias étnico-religiosas. Como resultados da pesquisa doutoral, constatou-se que a islamofobia na França se desenvolve- a partir de dois eixos fundamentais: (i) a associação do Islã com a violência terrorista; (ii) a associação do Islã com a opressão feminina, simbolizada pelo uso do véu islâmico. Estes elementos são contrapostos a uma identidade francesa edificada como civilizada, secular e liberal. Discursivamente, a pesquisa mostrou que estes marcadores identitários são dominantes na opinião pública e na retórica dos líderes políticos franceses. Empiricamente, descobriu-se que o terrorismo e demonização do véu islâmico foram frequentemente citados nas ocorrências islamofóbicas. O exame em profundidade dos casos de islamofobia, relevou também que uma parcela representativa dos mesmos fora legitimada tanto por argumentos liberais, especialmente o secularismo e a igualdade de gênero, quanto por pressupostos iliberais, que abertamente concebem os muçulmanos como inferiores e ameaçadores. | |
Orientador: Inoue, Cristina Yumie Aoki |
Antônio Jorge Ramalho da Rocha |
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Palavras-chave: Segurança internacional |
Islamofobia
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