Instituição de ensino: |
UNESP-Franca |
Programa: |
Relações Internacionais |
Autor: |
Gabriel Terra Pereira |
Titulação: |
Mestre |
Ano de defesa: |
2009 |
Link: |
https://acervodigital.unesp.br/handle/11449/109100 |
Resumo: |
O advento da República no Brasil foi marcado pela influência dos Estados Unidos na diplomacia e na política externa, representada por Salvador de Mendonça. Membro do movimento republicano da década de 1870, Salvador de Mendonça auxiliou Quintino Bocaiúva a redigir o Manifesto de 1870 e participou ativamente da propaganda do Clube Republicano fundado na Corte. Cooptado pelas hostes do Império, Mendonça seguiu para os Estados Unidos em 1875 para representar o Brasil monárquico. No momento de transição para o regime republicano, encontrava-se junto à delegação brasileira na I Conferência Internacional Americana. No certame, lutou para que houvesse o reconhecimento da República brasileira pelos Estados Unidos, o paradigma político elogiado pelos republicanos brasileiros. Nesse período, os homens do campo político brasileiro procuraram dar prioridade às relações políticas com os Estados Unidos, secundarizando as relações econômicas, ao contrário dos norte-americanos, que se aproveitaram do momento de fragilidade do Brasil para negociar acordos comerciais. Assim, obtiveram a assinatura do Tratado de Reciprocidade em 1891, que previa a troca de produtos sem o pagamento de tarifas aduaneiras. Os resultados do acordo ficaram comprometidos com a negociação, pelos Estados Unidos, de tratado semelhante com a Espanha, que forneceria produtos mais baratos àquele país. O momento de ápice da ação de Salvador de Mendonça foi durante a Revolta da Armada, quando interveio junto ao governo norte-americano pela dissipação do conflito doméstico brasileiro, recebendo inúmeras críticas. Em 1898, procurou transferir-se para Portugal, sem sucesso. Foi exonerado e faleceu em 1913, no Rio de Janeiro. O presente trabalho, através das ideias de porosidade entre a política interna e externa e de campo político, objetiva apontar quais eram as especificidades do regime político brasileiro posteriormente a 1889 e de que forma a política exterior, através da diplomacia, contribuiu para a formação destas características. Para tanto, foi lida e selecionada a correspondência diplomática atinente ao período e ao diplomata, combinando-a com a bibliografia do e sobre o período. Ao fim, pode-se compreender que durante os primeiros nove anos do regime republicano brasileiro, a ideia de republicanização aproximava-se da ideia de americanização, dadas as referências e busca por apoio norte-americano nas questões internas do país, sendo a diplomacia o instrumento fundamental neste processo. |
Orientador: |
Teresa Maria Malatian |
Palavras-chave: |