Instituição de ensino:

Universidade de Brasília (UnB)

Programa:

Relações Internacionais

Autor:

Aline de Oliveira Alencar

Titulação:

Mestre

Ano de defesa:

2014

Link:

http://repositorio.unb.br/handle/10482/17964 

Resumo:

O presente estudo analisa a ascensão ao poder do movimento islamista na República da Turquia partindo da hipótese de que os fatores ideacionais (valores, crenças e ideias) mobilizados pelos três principais partidos islamistas tiveram papel preponderante para o fenômeno. No caso do Partido do Bem-Estar, a ênfase na moral, nos problemas socioeconômicos e na oposição ao Ocidente convergia com a percepção de parte expressiva da audiência (o eleitorado religioso, a opinião pública desfavorável ao Ocidente e grande contingente de pobres do meio urbano e das localidades onde o partido tinha forte presença assistencialista). Entretanto, o formato de partido islamista radical que sobreveio depois de sua ascensão ao poder não teve a aprovação de parte da audiência essencial para sua governabilidade, a saber, a oposição secularista. No caso do Partido da Virtude, o partido conseguiu assegurar o apoio de um contingente menor mas ainda expressivo do eleitorado, mas também não conseguiu ganhar a audiência secular. Apenas o Partido da Justiça e do Desenvolvimento, ao atingir uma agenda de equilíbrio, com o reforço das tendências positivas de seus antecessores (como a defesa da democracia e do projeto europeu) e a correção de suas falhas (com a volta de uma agenda conservadora, para garantir a audiência religiosa; de uma retórica de justiça social, para atrair o eleitorado pobre urbano; e o distanciamento de uma identidade islamista, para neutralizar a oposição secular), conseguiu o feito de garantir o apoio de uma proporção surpreendentemente ampla da audiência e assegurar o lugar definitivo do islã político no centro da cena política do país.

Orientador:

Vânia Carvalho Pinto

Palavras-chave:

Democracia;Turquia;Islamismo e política;Islamismo;Ideologia