Instituição de ensino:

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Programa:

História comparada

Autor:

Rosiam Amorim de Araujo e Mendes

Titulação:

Mestre

Ano de defesa:

2015

Link:

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Resumo:

Em princípio, resgatar a tradição radical batista remete ao ideário libertário dos primórdios da modernidade, por assumir como princípio identitário a liberdade de consciência e por não adotar visões ortodoxas de religião e política, contribuindo com sua parcela para a secularização ocidental. É um dos poucos grupos religiosos radicais que sobreviveu, embora tenha adquirido novos contornos ao longo da modernidade, em muitos aspectos distintos de seu início, mas em alguma medida ainda evidenciam que são herdeiras de uma tradição puritana radical. Associada a novos valores, tornar-se presença marcante na identidade religiosa e cultural dos EUA, onde a partir de seu ideário democrático vivenciaram uma experiência religiosa e secular, que procuramos detectar nas afinidades entre essas esferas religiosas e políticas. Tais representações, adaptadas à nova conjuntura, penetram em sua maior área de missão, o Brasil, construindo uma identidade própria. Buscamos perceber os batistas, norte-americanos e brasileiros no contexto de construção das repúblicas, enfatizando representações e apropriações religiosas de sua democracia, destacando mecanismos de adaptação dessa tradição religiosa-política. A discussão temática da democracia batista evidencia como esses discursos estavam imbricados e nos remete a uma reavaliação do papel da religião na democracia moderna. Revisitamos assim teorias clássicas (Weber, Tocqueville), além da História Cultural. Nesse sentido, a investigação amplia a compreensão de processos distintos de emergência das democracias republicanas norte-americana e brasileira, aqui com a relevância do resgate de uma dimensão pouco explorada de práticas democráticas no período. Este estudo comparativo lança luzes sobre o debate crítico entre a velha ordem moderna dos primórdios e a democracia moderna do final do século XIX e XX, a partir de aspectos de uma abordagem contemporânea, com questões relativas à construção de identidades religiosas, minorias e tolerância, suscitando ainda uma discussão sobre os limites e possibilidades da convivência entre as diversas formas de liberdade de expressão, com especial foco nos conflitos entre liberdade religiosa e política. A necessidade de ampliar o conhecimento sobre os batistas e suas representações da democracia pode resultar em melhor compreensão da ordem moderna e seus valores. Essa perspectiva é o esforço deste trabalho.

Orientador:

LEILA RODRIGUES DA SILVA

Palavras-chave:

Democracia; Identidade Religiosa; Protestantismo; Estados Unidos da América; Brasil