Instituição de ensino:

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Programa:

História comparada

Autor:

Arnaldo Lucas Pires Junior

Titulação:

Mestre

Ano de defesa:

2015

Link:

Não disponível 

Resumo:

Durante os anos de 1864 e 1870 a América do Sul experimentou a mais longa, destrutiva e cruel guerra de sua história. Como saldo final, cerca de 200 mil almas foram consumidas, seja nas batalhas ou através das doenças e da fome, companheiras constantes durante a campanha. Estamos diante de um dos principais dramas do continente, uma cicatriz que a historiografia procurou tratar através da análise minuciosa das motivações políticas e econômicas que levaram estas nações, ainda em formação, à tragédia. A Guerra da Tríplice Aliança foi o momento em que, pela primeira vez na América do Sul, difundiu-se a cobertura visual de um conflito armado. Os periódicos demonstraram claramente suas antipatias aos inimigos através de seus artigos e principalmente de suas charges. São estas que nos servirão de fonte para a análise que desenvolveremos. Sua linguagem jocosa nos ajudará a perceber de que maneira os periódicos desenvolveram e construíram imaginários sociais e identidades neste período. Assim sendo, diante da variedade de órgãos da imprensa ilustrada no período, decidimos nos focar na análise de alguns periódicos ilustrados brasileiros, especificamente "Paraguay Illustrado", "O Cabrião", "A semana Ilustrada" e "A vida fluminense". Já em relação aos periódicos paraguaios, analisaremos as xilogravuras e litografias presentes em "El centinela" e "Cabichui", publicados, respectivamente, pela Imprenta nacional e pela Imprenta del Ejército. Ao olhar estes traços feitos a lápis há cerca de 150 anos, procuramos observar de que forma estas charges refletiam e criavam imaginários. Buscamos, igualmente, demonstrar de que maneira estas charges reproduzem e influenciam os imaginários constituídos em ambas sociedades beligerantes. Nossa questão central, por fim, é inquerir de que forma foram construídas e mobilizadas as representações de inimigos e aliados através destas imagens. Para responder estas questões decidimos abordar os vestígios históricos através de dois eixos de análise principais, a dicotomia "Civilização vs Barbárie" e a "animalização do inimigo", duas estratégias retóricas que estarão presentes em grande parte das imagens analisadas e que conformarão os capítulos de nosso trabalho.

Orientador:

CRISTINA BUARQUE DE HOLLANDA

Palavras-chave:

Guerra do Paraguai; Imprensa Ilustrada; Brasil