Instituição de ensino: |
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) |
Programa: |
História comparada |
Autor: |
Fernando Velôzo Gomes Pedrosa |
Titulação: |
Mestre |
Ano de defesa: |
2013 |
Link: |
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Resumo: |
O tema deste trabalho é a participação militar brasileira nas operações de paz desenvolvidas na República Dominicana em 1965-1966 e no Haiti em 2004-2005. Busca identificar as razões que determinaram a decisão do governo brasileiro de participar de ambas as missões; as condições da preparação e deslocamento da tropa para as área de operações; o desempenho das forças brasileiras no terreno; e o cumprimento dos mandatos das missões. O objetivo geral do trabalho é comparar os casos de participação de tropas brasileiras nas operações de paz da OEA na República Dominicana e da ONU no Haiti. Seus objetivos específicos são: estabelecer a relação entre as diferentes conjunturas políticas com a decisão do governo brasileiro de participar de ambas as operações paz; e analisar comparativamente os mandatos dessas missões, o desempenho das forças brasileiras no terreno e o cumprimento dos mandatos. A proposta metodológica do trabalho é a da História Comparada. Para a realização do estudo comparativo foram estabelecidos parâmetros de natureza política e militar. Como parâmetros políticos, foram usados: a identificação de fundamentos comuns de longo prazo que tenham levado o Brasil a tomar a decisão de participar das operações em estudo; e a natureza e o escopo dos mandatos estabelecidos pelos organismos internacionais que criaram as missões. Como parâmetros militares, foram usados: a capacidade de pronta resposta das forças empregadas nas missões e o desempenho da tropa no cumprimento dos mandatos. O trabalho conclui que, quando o Governo brasileiro apoiou a iniciativa de criação uma força de paz da OEA na República Dominicana, seu principal interesse era a manutenção do status quo no Hemisfério Ocidental. Essa decisão foi mais influenciada pela orientação ideológica do governo militar diante do quadro da Guerra Fria, do que pela busca de vantagens em termos de proeminência internacional. Quatro décadas mais tarde, a decisão brasileira de enviar tropas para integrar a Força de Paz da ONU no Haiti refletia a nova postura do Governo brasileiro, que buscava a consolidação da sua posição de liderança na América Latina e a mudança do status quo no âmbito mundial. A presença militar brasileira no Haiti estava alinhada com a sua proposta de reforma do Conselho de Segurança da ONU, no qual demandava um assento permanente. No nível das Forças Armadas, a capacidade militar brasileira na década de 1960 correspondia às limitadas ambições internacionais brasileiras, mostrando-se ajustada ao almejado papel de liderança regional no âmbito dos países latino-americanos mais alinhados com os Estados Unidos. Nesse quadro, as Forças Armadas foram capazes de enviar, em muito curto prazo e com razoável grau de autonomia, um contingente militar adequado às demandas políticas do Governo brasileiro. Por outro lado, quando o Governo brasileiro decidiu participar da Missão da ONU no Haiti, ficou evidente uma clara perda de capacidades das Forças Armadas em relação às novas ambições de protagonismo do País. |
Orientador: |
Alexander Zhebit |
Palavras-chave: |
Operacoes de paz; Brasil; Republica Dominicana; Haiti |