Instituição de ensino:

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Programa:

Relações Internacionais

Autor:

Vicente Rodrigues da Fonseca Pchara

Titulação:

Mestre

Ano de defesa:

2014

Link:

https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/129521/329175.pdf 

Resumo:

A re-militarização do mundo após os ataques de 11 de setembro se dá em um período de franca expansão de novas potências econômicas, sobretudo na Ásia, mas também de uma retomada de crescimento econômico em outras partes da periferia do sistema internacional. O envolvimento norte-americano em aventuras militares no Oriente Médio aprofundou um quadro de declínio econômico dos EUA, revelando a super-extensão militar do Estado norte-americano. Ao mesmo tempo, a crise financeira de 2008-2009 revelou os problemas da financeirização econômica em um contexto de emergência de novos centros de poder, colaborando para um cenário de enfraquecimento da hegemonia dos EUA. Em um esforço para restaurar a primazia, o hegemon passou a se envolver mais prontamente com estes novos centros econômicos. Com base na ameaça percebida pelos formuladores da política de segurança dos EUA, houve uma priorização da Ásia como contraposição ao crescimento da China. O Brasil e seu entorno imediato (América do Sul), que também conseguiu alcançar níveis de crescimento econômico significativos desde a década de 2000, não tem recebido a mesma resposta de contrabalanceamento do hegemon. Em tal conjuntura, o presente trabalho pretende examinar como o declínio relativo da hegemonia dos EUA em nível mundial influenciou seu nível de projeção militar na América do Sul, vista como zona de influência regional do Brasil. O período analisado compreende os anos de 2000 a 2013. A tese principal deste trabalho é que essas dinâmicas de segurança estão diretamente relacionadas à capacidade material de projeção de poder do hegemon. Ao passo que diminuem as vantagens econômicas desse ator, diminuem também suas capacidades de projeção de poder militar. Logo, a racionalização dos recursos leva à priorização da projeção de poder nas zonas ou regiões no qual o hegemon percebe maior ameaça para a manutenção de sua primazia. Esta lógica de tomada de decisão pode estar sempre presente, mas fica mais aguda nos momentos de crise econômica doméstica e de fortalecimento de competidores internacionais. Como esta pesquisa mostrará, a mobilização mais intensa dos instrumentos de dominação militar pelo hegemon declinante após 11 de Setembro tem levado, paradoxalmente, à deterioração do seu poder militar em certas regiões do globo, especialmente na América do Sul.

Orientador:

Felipe Amin Filomeno

Palavras-chave:

Hegemonia; América do Sul; Sistema-Mundo Moderno; Zonas de Influência Regional; Brasil