Instituição de ensino: |
Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) |
Programa: |
História |
Autor: |
Renato Arruda de Rezende |
Titulação: |
Mestre |
Ano de defesa: |
2007 |
Link: |
http://www.ufgd.edu.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=11 |
Resumo: |
O objeto do presente trabalho consiste na análise dos significados de dois importantes eventos ocorridos no Brasil no ano de 1947, durante o governo do general Dutra: o fechamento do Partido Comunista Brasileiro (maio) e o rompimento das relações diplomáticas entre o Brasil e a União Soviética (outubro). Para tanto, a pesquisa abrangeu um recorte temporal que vai de janeiro de 1945 até janeiro de 1948. O trabalho situa-se no campo da Nova História Política. Entende-se portanto que, em uma sociedade, o poder se encontra dividido entre os vários grupos que a compõem, porém não de forma igualitária. Assim, o controle do Estado por parte de um grupo, ou grupos, acaba desequilibrando o jogo do poder entre as diversas forças sociais. Trabalhamos também com o conceito de representação, para entender a importância que tiveram, no contexto da época, idéias como democracia, comunismo e imperialismo. Para a execução da pesquisa utilizamos, além de obras de caráter bibliográfico, as seguintes fontes documentais: os jornais Correio da Manhã, Tribuna Popular e Jornal do Brasil; documentação pessoal de importantes personagens políticos da época; correspondência da Secretaria de Estado do Itamaraty com as embaixadas brasileiras em Moscou e Washington e com a delegação brasileira na ONU. Pudemos concluir que tanto o fechamento do Partido Comunista Brasileiro (PCB) como o rompimento de relações do Brasil com a União Soviética se explicam, em primeiro lugar, pela preocupação das classes dominantes brasileiras em manter seu controle sobre a sociedade, em face do crescimento do movimento operário e do PCB. Assim, o governo Dutra aproveita-se da representação negativa do comunismo na sociedade, obtendo uma justificativa não só para conter a oposição comunista como para reprimir o conjunto do movimento operário (associado, pelo governo, ao comunismo). O rompimento das relações com a União Soviética vem a ser uma conseqüência dessa política interna, isto é, o mesmo tratamento dispensado aos comunistas, internamente, foi dispensado aos comunistas em âmbito internacional, tornando-se o Brasil o primeiro país ocidental a romper, nessa época, com a União Soviética. Desse modo, o Brasil, que se colocava sob a liderança dos Estados Unidos, excede a estes na Guerra Fria e torna-se portanto mais realista que o próprio Rei. |
Orientador: |
Paulo Roberto Cimó Queiroz |
Palavras-chave: |
Brasil; União-Soviética; ONU; |