Instituição de ensino: |
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) |
Programa: |
Economia |
Autor: |
Clara do Carmo Rio dos Santos |
Titulação: |
Mestre |
Ano de defesa: |
2013 |
Link: |
Não disponível |
Resumo: |
Ao longo das últimas três décadas, a economia chinesa cresceu taxas altíssimas, e ao final da década de 2000 já havia assumido a posição de segunda maior economia mundial. A faceta mais evidente do desenvolvimento da China nesse período foi seu comércio exterior. Não é apenas o rápido crescimento do comércio chinês que impressiona, mas também as profundas transformações de sua pauta. Embora ainda mantenha sua posição de grande fornecedor mundial de bens intensivos em mão de obra, o país vem continuamente elevando a proporção de bens de maior valor agregado em suas exportações. A emergência chinesa no cenário internacional assusta outros países, particularmente os asiáticos, uma vez que a dinâmica de crescimento econômico de vários países da região assenta-se nas exportações, e a China se coloca como forte competidora em uma gama muito variada de produtos. Assim, esta dissertação tem como objetivo principal identificar se, de fato, o aumento da competitividade chinesa no mercado internacional causou prejuízo às exportações de países asiáticos em terceiros mercados no período entre 2000 e 2011, empregando para tanto uma metodologia de dados em painel. Em primeiro lugar, busca-se uma abordagem teórica que permita compreender a dinâmica do crescimento chinês e seus impactos em outros países. Para tanto, são analisadas especificamente as teorias do crescimento equilibrado, de Rosenstein-Rodan e Nurkse, e do crescimento com oferta ilimitada de mão de obra, de Arthur Lewis. Posteriormente, é feita uma revisão de trabalhos que estudaram o mesmo tema proposto nesta dissertação, parte dos quais também utiliza a metodologia de dados em painel. A seguir, o capítulo 4 apresenta brevemente a metodologia e as fontes e tratamentos dos dados utilizados, e detém-se sobre a especificação do modelo e a análise dos resultados. Foram construídos seis modelos, segmentados segundo o nível de desenvolvimento dos países asiáticos e o conteúdo tecnológico dos produtos exportados. Os resultados encontrados coincidem com parte dos trabalhos anteriores que analisaram o tema, e mostram que a China não prejudicou as exportações dos países asiáticos no período analisado, e ainda as beneficiou em alguns casos. Países em desenvolvimento da Ásia forma beneficiados em suas exportações intensivas em mão de obra e também de produtos de fornecedores especializados e intensivos em pesquisa e desenvolvimento. Os países desenvolvidos também foram impactados positivamente pela China nessa última categoria, e nas exportações de produtos intensivos em escala. Conclui-se que, apesar de exportar grandes valores de várias categorias de produtos, a China ainda concentra principalmente etapas de produção intensivas em mão de obra. Suas exportações de maior valor agregado dependem, em grande medida de importações de partes e componentes, que são fornecidos principalmente por países asiáticos. Assim, a China coloca-se como um importante mercado para países da região, propiciando escala e redução de custos em suas exportações para outros destinos. Por outro lado, espera-se que esse cenário se altere, conforme é discutido no trabalho, o excesso de mão de obra da China vem se reduzindo rapidamente, e deve se esgotar no futuro próximo. Com isso, a produção chinesa deve ser cada vez mais intensiva em capital. Portanto, a China pode abandonar a atual posição de complementaridade em relação aos países asiáticos especializados nesses produtos se tornar efetivamente uma forte competidora. |
Orientador: |
MARCOS TADEU CAPUTI LELIS |
Palavras-chave: |
economia chinesa; economia mundial; países asíaticos; exportação; |