Instituição de ensino: |
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) |
Programa: |
Relações Internacionais |
Autor: |
Vanessa Gomes Zanella |
Titulação: |
Mestre |
Ano de defesa: |
2014 |
Link: |
Não disponível |
Resumo: |
Esta dissertação tem por objetivo analisar e compreender os significados, os modos de organização e as particularidades dos movimentos sociais de imigrantes bolivianas/os na cidade de São Paulo, a partir da década de 1980. Busca também, por consequência, examinar as transformações sociais provenientes da presença e ação coletiva destes movimentos, que modificam direta ou indiretamente relações na sociedade receptora, na comunidade migrante e nas políticas estatais. Para tanto, faz-se necessário compreender, preliminarmente, a realidade complexa na qual se inserem os sujeitos da ação social. Suas relações sociais, políticas e econômicas nas sociedades de origem e destino (e no espaço compreendido entre elas) os/as constituem para além da categorização de "imigrantes". Assim, uma série de dinâmicas, macro e microestruturais, foram examinadas, por meio das contribuições da teoria crítica e da cartografia social como técnica metodológica, a qual faz diagramas de relações expondo as linhas de força. A nível macroestrutural observou-se três principais tendências, as quais nos possibilitaram traçar um panorama atual das migrações de bolivianas/os para São Paulo, a saber: a produção geográfica de desigualdades pela globalização neoliberal, a intensificação dos deslocamentos Sul-Sul e a concentração de fluxos populacionais nas cidades globais. A nível micro estrutural, observou-se, principalmente, suas condições de vida e trabalho e sua ocupação socio-territorial no mapa urbano da cidade. De tal modo, foi possível identificar os "lugares" que estes migrantes ocupam tanto no atual ordenamento mundial – marcado por diferenciações dicotômicas como norte/sul, centro/periferia, desenvolvido/subdesenvolvido – quanto no próprio espaço urbano e sócio-político da cidade de São Paulo – superfície/subterrâneo, público/privado, nacional/estrangeiro/a. Entende-se, portanto, que a definição de tais "espaços" passa, obrigatoriamente, pela produção geográfica de desigualdades advinda do processo de desenvolvimento do capitalismo neoliberal na América Latina, agravada pelo arranjo excludente do espaço urbano nas megacidades e pela composição do complexo estrangeiro – pobre – indígena – latino-americano/a – indocumentado/a – mulher, os quais configuram tais movimentos como marginais e subalternos na busca pela alteração, ainda que parcial, deste quadro. |
Orientador: |
José María Gómez |
Palavras-chave: |
movimentos sociais de imigrantes; bolivianos; globalização neoliberal; Sul-Sul; norte-sul; centro-periferia; desenvolvido; subdesenvolvido; nacional; estrangeiro; América Latina; |