Instituição de ensino:

Universidade de São Paulo (USP)

Programa:

Ciência Política

Autor:

Alexandra Ozório de Almeida

Titulação:

Mestrado

Ano de defesa:

2003

Link:

 Não disponível

Resumo:

 Este trabalho aborda a primeira fase de discussão acerca de um programa de estudo e utilização de energia de origem nuclear no Brasil (1945-1956). A energia nuclear adquire relevância internacional a partir de 1945, quando é detonada a primeira bomba atômica. O Brasil tem inserção privilegiada nessa arena por suas reservas de minerais passíveis de fissão nuclear. O principal interessado nos minerais físseis brasileiros são os Estados Unidos, que precisam da matéria-prima para dar continuidade ao seu programa atômico e, ao mesmo tempo, tentam evitar qualquer evolução autônoma do Brasil nessa área. Uma parcela da esfera decisória brasileira percebe ter em mãos uma vantagem comparativa que pode ser usada como arma de negociação para a obtenção de benefícios. Essa parcela, representada pelo conselho Nacional de Pesquisas e o Conselho de Segurança Nacional, estabelece o princípio das compensações específicas, segundo o qual a venda de minerais atômicos deve receber como contrapartida ajuda técnica e equipamentos para o programa nuclear. Ao mesmo tempo, outra ala do poder não vê como prioritário o desenvolvimento de um programa nuclear e tenta usar os minerais para alcançar outros objetivos, ou como forma de agradar ao principal parceiro comercial e aliado militar brasileiro, os Estados Unidos. Essa questão se dá no contexto do debate sobre o processo de desenvolvimento nacional. O Brasil é um país subdesenvolvido e sem grandes fontes de recursos, o que o força a eleger suas prioridades de investimento. Refletindo esse quadro, a evolução da discussão sobre a importância dos minerais atômicos e de um programa nacional envolvendo energia nuclear percorre trajetória irregular. Fatores como a complexidade do tema, o seu debate em círculo restrito, a falta de mobilização popular e a pressão norte-americana levam ao abandono dessa programa.

Orientador:

Gildo Marçal Bezerra Brandão

Palavras-chave:

Energia atômica; Brasil; Projeto Nuclear Autônomo