Instituição de ensino:

Universidade de Brasília (UnB)

Programa:

Relações Internacionais

Autor:

Tchella Fernandes Maso

Titulação:

Mestrado

Ano de defesa:

2011

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Resumo:

 A dissertação tem por intuito avaliar o papel estratégico da educação para o Banco Mundial. Tendo em vista que tal instituição adquire no fim do século XX amplitude global como promotora do desenvolvimento e combate à pobreza, a pesquisa discute em que medida a educação é incorporada em tais lemas. A partir de uma análise histórica e processual, delineiam-se as ações do Banco Mundial na educação como um exemplo fulcral do multilateralismo educacional. Este é identificado como o conjunto de práticas e discursos das Organizações Internacionais junto à educação, nos diferentes países do globo. Em tal contexto, o Banco Mundial, uma instituição formulada junto com o Fundo Monetário Internacional, em 1944, torna-se central no que se refere aos valores dos investimentos e às elaborações teóricas no setor educacional. Formulado inicialmente com o intuito de colaborar com os países atingidos pela Segunda Guerra Mundial com forte orientação do Tesouro- americano, o Banco Mundial amplia sua agenda e incidência em meio às reordenações do sistema internacional. Nesse sentido, adquire em 1990 o lema de agência promotora do desenvolvimento mundial atuando em todas as regiões do globo, com expressiva capilaridade e reconhecimento. Dessa forma o Banco Mundial apresenta-se como um financiador, assessor e parceiro dos países mutuários; sendo que o desenvolvimento estimulado pela OI é definido com vistas a fomentar oportunidades, autonomia e seguranças dos mais pobres. Em tal elaboração, a educação é reiterada como o meio de realização de tais fomentos; ou seja, a educação forma junto aos objetivos de desenvolvimento e alívio da pobreza, definidos pelo Banco, a tríade elementar de sustentação – discursiva – das práticas invasivas da OI. Por conseguinte, à noção inicial de educação, associada às Teorias de Capital Humano, são incorporados aspectos de inclusão social e fruição das capacidades humanas. Culminando assim em uma perspectiva hipertrofiada de educação, que possui pouca ressonância nas práticas da instituição; com reduzido número de empréstimos para o setor se cotejado aos demais. Tendo em vista tais inferências, o último movimento da dissertação realiza um estudo de caso dos acordos educacionais entre Brasil e Banco Mundial, entre 1991-2002. Dos nove projetos analisados todos fazem menção a reformas administrativas de consolidação dos ajustes estruturais propostos pela OI, de forma a caracterizar a parceria como invasiva e a não centralidade da educação no plano de atuações práticas da OI. Por fim, avalia-se que o setor educacional é estratégico no plano discursivo do Banco Mundial, em associação com os objetivos de desenvolvimento e combate à pobreza, limitando-se na esfera dos empréstimos e parcerias à indução de políticas pró-reforma administrativa entre os mutuários. O estudo estrutura-se pela coesão de análises históricas, sociológicas e discursivas, tendo por base fontes do Banco Mundial e interpretações acerca das mesmas.

Orientador:

Estevão Chaves de Rezende Martins

Palavras-chave:

Educação; Banco Mundial; Brasil