Instituição de ensino: |
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) |
Programa: |
Relações Internacionais |
Autor: |
Roberto Vinícius Pereira Da Silva Gama |
Titulação: |
Mestrado |
Ano de defesa: |
2015 |
Link: |
Não disponível |
Resumo: |
A presente pesquisa, de caráter reflexivo-analítico, tem como tema a disciplinarização do campo de estudos de Relações Internacionais e suas fronteiras disciplinares. Ao tomar como objeto de estudo o microcosmo social de R.I. como empreendimento acadêmico, o trabalho adquire aspecto metalingüístico e se interessa pelos meandros do jogo de interações sociais que formata a prática desse campo de estudos específico, referenciado diversa e (muita vezes) intercambiavelmente como uma ‘área’, ‘campo’, ‘ciência’ ou ‘disciplina’. O caminho de investigação segue três passos centrais, cujo desenvolvimento se coaduna no entrelaçamento de três capítulos que formam o corpo básico da dissertação. Primeiro, a pesquisa se dedica à descrição, discussão e síntese de contribuições teóricas das ciências sociais, uma importante matriz de conhecimento para os estudos internacionais. A partir do pensamento sociológico de autores-chave vinculados ao “funcionalismo”, escola que preza pela centralidade da dualidade agência-estrutura inserida no contexto da problemática objetivismo-subjetivismo, é arquitetado um arcabouço conceitual-teórico que culmina nas proposições e argumentação do sociólogo Pierre Bourdieu, que servem de base analítica da pesquisa. Segundo, a “realidade” do campo científico-disciplinar de R.I é apresentada e discutida a partir de visões internas (autopoiéticas), via recorrência a mitos, principais narrativas, imagens-de-si e outros esforços fundacionalistas que provêm os pilares historiográficos desse empreendimento acadêmico. Tal atividade é embasada pela consulta a algumas contribuições fundamentais por parte de pensadores pioneiros, bem como à argumentação de comentadores e críticos. Ainda, R.I. é apresentado como espaço de analogia teatral, a partir de insights influenciados por pensadores (das ciências sociais) externos ao campo específico e que discutem temas como fronteiras do conhecimento, especialização dos saberes, e autoridade e autonomia epistêmicas. Terceiro, esforços prévios [“estado da arte” conceitual-teórico com leitura de influência funcionalista sobre interações sociais, sistemas e relações agência-estrutura, e “estado da arte” da formação, narrativas fundacionais e imagens-de-si de R.I. como um saber específico e empreendimento intelectual-acadêmico] se encontram para alavancar uma reconstrução panorâmica de R.I. via gramática bourdiesiana — ênfase nos conceitos ‘campo’, ‘habitus’, ‘doxa’ e ‘autonomia’ — articulada à análise de casos empíricos da prática acadêmica no campo. |
Orientador: |
Matilde de Souza |
Palavras-chave: |
Academia; Agência-Estrutura; Bourdieu; Campo; Disciplina; Fronteiras; Prática; Relações Internacionais; Sociologia |