Instituição de ensino:

Universidade Federal Fluminense (UFF)

Programa:

Ciência Política

Autor:

Délcio Machado de Lima

Titulação:

Mestrado

Ano de defesa:

2008

Link:

 

http://www.uff.br/dcp/wp-content/uploads/2011/10/Disserta%C3%A7%C3%A3o-de-2008-Delcio-Machado-de-Lima.pdf

Resumo:

 O objetivo desta dissertação é estudar a interseção existente entre a política econômica externa brasileira e a política doméstica e seus efeitos internos. Isto é feito por intermédio do estudo da crise da dívida externa, um episódio diferenciado na história recente do Brasil por seus aspectos políticos, econômicos e simbólicos. O foco é sobre a política econômica externa

brasileira entre 1982 e 1994, período que caracteriza a crise. Durante a crise, os acordos com o FMI em torno da dívida externa foram percebidos na

agenda política doméstica como recessivos e prejudiciais à economia brasileira. Em conseqüência, ocorreu uma intensa politização da dívida externa e os interesses do Executivo e

do Congresso Nacional divergiram nesta questão. A teoria do jogo dos dois níveis de Robert Putnam, utilizada nesta dissertação, permitiu avaliar o grau de influência de cada um desses atores políticos nas negociações durante a crise da dívida externa. O Executivo aparece insulado em suas decisões e o Congresso Nacional reagia às políticas de gestão da dívida. A análise dos objetivos e estratégias contrastantes dos negociadores brasileiros e dos representantes dos credores internacionais, periodizada pelos

governos da época, serve de base para mostrar as dificuldades nas negociações e as divergências no período inicial de tentativas de entendimento entre as duas partes. Estuda-se também as circunstâncias supervenientes, que permitiriam a credores e devedores chegarem

ao acordo definitivo, mais de uma década após o início das negociações.

Na conclusão, é mostrado que o insulamento burocrático do Executivo não foi absoluto e que ele mostrou-se adequado para a solução da crise da dívida no final do século passado. Mas,

nos dias correntes, em um contexto de plenitude democrática, esse procedimento não encontraria mais legitimidade.

Orientador:

Eduardo Rodrigues Gomes

Palavras-chave:

Política externa; Política doméstica; Dívida externa; Brasil