Instituição de ensino: |
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) |
|
Programa: |
Ciência Política |
|
Autor: |
João Guilherme Lima Granja Xavier da Silva |
|
Titulação: |
Mestrado |
|
Ano de defesa: |
2008 |
|
Link: |
|
|
Resumo: |
O trabalho procura construir uma análise dos obstáculos enfrentados pelo projeto de integração econômica entre Brasil e Argentina desde a metade final da década de 1990 em diante, partindo de referenciais de política internacional, gestão macroeconômica doméstica e relações internacionais monetárias, centrando-se na coexistência de objetivos declarados de convergência macroeconômica e pol´tica sob o processo de integração do Mercosul, em contraste com a observância, por cada um desses países, de compromissos econômicos internos e externos, e de reações discrepantes diante da instabilidade financeira global e suas repercussões sobre as economias da região (1997-2002). As limitações de atuação de países com economias abertas são, no primeiro capítulo, visualizadas sob uma versão adaptada da argumentação teórica conhecida como Dilema das Impossibilidades de Mundell, que problematiza em termos de relações internacionais monetárias as assimetrias na distribuição pelo sistema internacional do ônus de manutenção de objetivos macroeconômicos tidos como reciprocamente excludentes - liquidez (liquidity), capacidade de ajuste (adjustment) e credibilidade (Credibility/confidence), apenas conjugáveis em díades - como repercussão de uma arquitetura do sistema monetário internacional hierarquizada, com moedas nacionais em níveis sucessivamente decrescentes de circulação internacional. Essa argumentação é aliada à concepção de "Pecado original" de Eichengreen, que destaca o papel da impossibilidade de países periféricos do sistema se financiarem internacionalmente, de forma total ou predominante em sua própria moeda, o que é aplicado criticamente, no segundo capítulo, a se enfocar a distribuição desigual de um "ônus da manutenção da credibilidade" , que impede que capacidades de ajuste dessas economias sejam focadas na criação de climas internos de estabilidade e crescimento sustentável, em contrapartida, provocando uma repartição desigual dos custos sociais desses ajustes em momentos de instabilidade sistêmica agravada. Essa moldura é aplicada às principais linhas de argumentação teórica acerca da viabilidade do estreitamento das políticas macroeconômicas dos dois países (Teoria das Áreas Monetárias Ótimas, Ganhos de credibilidade, aumento da interdependência), tomado como definidor da integração econômica no Mercosul. Nesse contexto, esse projeto de convergência econômica é analisado a partir da evolução dos protocolos e documentos centrais de sua proposta institucional, enquanto o grau de divergência das políticas e esforços econômicos individuais desses países é aferido através de um levantamento documental permitido em homogeneidade metodológica e continuidade, sobretudo através das relações entre esses governos e o Fundo Monetário Internacional e do monitoramento por este operado durante os anos marcados pela crise financeira asiática e suas repercussões na região. O capítulo terceiro se elabora a partir da percepção da endogeneidade dos fatores tomados como determinantes da formação de áreas monetárias, e, portanto dos requisitos de realização de maior cooperação macroeconômica, o que se traduz na re-centralização do significado da arquitetura política e do fortalecimento do Mercosul como capaz de ativar uma dinâmica monetária regional própria, permitindo através da amenização do impacto da percepção de credibilidade e risco internacionais, que sejam atingidas condições em que estabilidade econômica regional possa ser conjugada com níveis confortáveis de manutenção de objetivos domésticos de política econômica, como desenvolvimento e bem estar social. Os argumentos de cada capítulo são sumarizados e fechados nas considerações finais. |
|
Orientador: |
Marcos Ferreira da Costa Lima |
|
Palavras-chave: |
Poder Monetário, Integração Econômica Brasil-Argentina |