Instituição de ensino:

Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Programa:

Relações Internacionais

Autor:

Felipe Leal Ribeiro de Albuquerque

Titulação:

Mestrado

Ano de defesa:

2013

Link:

 http://www.ppgri.uerj.br/form/FelipeLeal.pdf

Resumo:

 Durante os dois mandatos presidenciais de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010),

percebeu-se, em virtude de pressões intra e extraburocráticas e de causalidades sistêmicas,

maior acentuação do esboroamento da histórica condição insular do Ministério das Relações

Exteriores (MRE). A participação de novos entes que não o Itamaraty na configuração da

política externa, notadamente em seu vetor de execução, enseja novas agendas cooperativas e

processos decisórios. Atores da burocracia federal, como os ministérios, vocalizam

preferências que influenciam o jogo interburocrático e têm o condão de estabelecer possíveis

“pontes” com a instituição diplomática, unidade de decisão por excelência. Na perspectiva

intraburocrática, a ascensão de corrente de ação e de pensamento dos autonomistas, frente aos

institucionalistas pragmáticos, permite escolhas de inserção internacional como o reforço da

perspectiva sul-sul, na qual se inserem as parcerias com a África, o que indica a inexistência

de monolitismo de opiniões no interior do MRE. Essa dinâmica faz-se presente e é necessária

para o entendimento da Cooperação Brasileira para o Desenvolvimento Internacional (CBDI),

tipo de Cooperação Sul-Sul (CSS) do Brasil que tem na Cooperação Técnica, Científica e

Tecnológica (CTC&T) em segurança alimentar uma de suas modalidades mais atuantes e

complexas. Convencionada como instrumento de política externa durante a ascendência dos

autonomistas, corrente influenciada por quadros do Partido dos Trabalhadores, a cooperação

em segurança alimentar teve o continente africano como locus primordial de manifestação.

Embasado na internacionalização de políticas públicas domésticas, o compartilhamento de

conhecimentos nas agendas de combate à fome, de combate à pobreza e de desenvolvimento

agrário é fenômeno tributário da abertura da “caixa preta” estatal, o que ratifica o argumento

de que há correlação entre níveis de análise. As diversas iniciativas cooperativas para com

parceiros da outra margem do Atlântico Sul, eivadas de componente retórico de promoção de

ordem internacional menos assimétrica, donde também subjace a busca consecução de

interesses diretos e indiretos dos formuladores diplomáticos, guardam relação com as

diretrizes mais gerais da política externa articulada no período estudado nesta dissertação.

Orientador:

Miriam Gomes Saraiva

Palavras-chave:

Cooperação Sul-sul; Segurança alimentar; Brasil; África